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 | 29/05/2010 12h42min

VÍDEO: irmãos gêmeos de seis anos dividem álbum de figurinhas

Sob a supervisão do pai, dupla aprende a conciliar febre com deveres de aula

Se Bernardo e Eduardo fossem jogadores de uma mesma seleção, assim como deve ocorrer com a equipe coreana do Álbum da Copa, só mesmo o nome e o número da camisa ajudariam técnico e torcedores a diferenciá-los.

Iniciantes no futebol, porém, os gêmeos de seis anos não se preocupam com a confusão que causariam aos colecionadores caso viessem a virar figurinhas do Álbum da Copa. Só querem saber de completar o livro que colecionam juntos antes que o Brasil seja hexacampeão seja lá o que isso significa.

Confira vídeo:



Embalado pela febre do livro, o pai, Luiz Costa, entrou na brincadeira dos filhos como patrocinador. Mas não dá moleza: para conquistar o seu pacotinho diário com cinco cromos, cada um dos guris tem que cumprir com suas tarefas da escola e de casa. Qualquer deslize coloca a coleção em risco.

– Temos que fazer os temas, dormir cedo, tomar banho...O tema eu já fiz hoje – comenta Eduardo, porta-voz da dupla.

Apesar de serem iguaizinhos em aparência – até nas janelinhas criadas pela ausência de dentes recém-perdidos – Bernardo e Eduardo pouco se parecem em humor. Enquanto o primeiro é mais pensativo, o segundo logo se antecipa em dar respostas e – como um bom estudante da primeira série – dizer sem pudor o que lhe vem à mente.

A dupla compartilha o gosto pelo futebol, mas diverge em tudo o que decorre disso. Na escola, Dudu joga no ataque. Be, que machucou a mão durante um jogo na escola, fica mais na defesa. Enquanto o primeiro, na onda dos pais, torce para o Inter, Bernardo adotou a preferência do avô pelo Grêmio.

Com o álbum, que colecionam também pela internet, no site da Fifa, não é diferente. Bernardo está ansioso em completar a Seleção Brasileira, ainda sem Nilmar e Luís Fabiano. Eduardo só quer saber da Argentina.

– Gosto do Messi, porque é o melhor do mundo – explica o gurizinho de penteado estilo moicano.

Afora as pequenas divergências, o trabalho colaborativo funciona. Jogando juntos, os gêmeos já conseguiram passar da metade do álbum físico. O virtual, preferido pelos dois e monitorado pelo pai, está mais avançado. Mas só é acessado de forma clandestina, depois que a mãe vai dormir.

Os pacotinhos de cromos são abertos com ritual especial: fechar os olhos, virar a embalagem de cabeça para baixo, fazer pensamento positivo e rasgar o papel. As figurinhas só são desviradas quando já estão fora da embalagem. A técnica, comprovadamente eficaz, é recomendada por Bernardo.

– Consegui a do Ronaldinho assim. Foi a que mais comemoramos, com uma gritaria – lembra, orgulhoso.

Mas nem tudo é perfeito na saga dos gêmeos colecionadores para terminar o livro. Com a escassez de figurinhas nas bancas pouco depois de um roubo de lotes ocorrido em São Paulo, dias atrás, a dupla viu seu objetivo ameaçado. Esperto, Bernardo bolou um plano de resgate.

– Era só colocar vários carros da Polícia Federal, com luzes em volta, para seguir o caminhão até Porto Alegre – diz.

Com a escolta de Be impossibilitada por questões logísticas, a solução veio de uma ideia do pai: aproveitar a troca organizada por uma livraria para ensinar a dupla a colocar as figurinhas repetidas em circulação. Assim, no domingo passado, os três mais um vizinho rumaram para o shopping Praia de Belas. O saldo da tarde onde crianças de seis, 12 e 25 anos se encontraram para trocar figurinhas foi positivo.

– Tinha um cara muito piruco (gíria da dupla para maluco), que aceitou trocar um jogador por uma brilhosa. Todo mundo sabe que a brilhosa vale mais – vangloria-se Dudu.

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