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Eleições  | 26/05/2010 03h53min

Deputados do PMDB reagem a ameaça de ministro do PDT

Carlos Lupi ameaçou retirar o seu partido da aliança com Fogaça para a disputa ao governo do Estado

De “constrangimento desnecessário” a expressões mais duras, como “chantagem”, foram usadas ontem por deputados do PMDB para rebater o presidente nacional licenciado do PDT, Carlos Lupi. O pedetista ameaçou retirar o seu partido da aliança com José Fogaça (PMDB) para a disputa ao governo do Estado.

A reação de Lupi, também ministro do Trabalho de Lula, ocorreu depois do encontro da bancada estadual do PMDB com o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, na quinta-feira, em Porto Alegre. O PDT cobra o apoio dos peemedebistas gaúchos a Dilma Rousseff (PT). A reunião também desagradou ao presidente regional do PMDB, o senador Pedro Simon, que disse só ter tomado conhecimento do encontro pela imprensa e que precisou intervir para apaziguar os pedetistas.

Responsável pela organização da reunião com Serra, o líder do PMDB na Assembleia, Gilberto Capoani, afirmou que o grupo recebeu o tucano por uma questão de cortesia e que está aberto a conversar com os demais candidatos a presidente.

– Se alguém o visita em sua casa, você não o recebe? – questionou Capoani, explicando que o encontro foi pedido por Serra, que chegou a convidar a bancada para um almoço em São Paulo.

Para parlamentar, ação de ministro foi “chantagem”

Segundo o deputado Alberto Oliveira, a bancada em nenhum momento se comprometeu com Serra.

– A reação dos dirigentes do PDT é que produziu um constrangimento desnecessário ao PMDB, que não ajuda muito politicamente – afirmou.

O deputado Marco Alba era um dos mais irritados:

– Não há anomalia em conversar com Serra. Estranhamos o tom de Lupi. Pelo tamanho do PMDB, não podemos nos sujeitar a esse tipo de ameaça. A ferramenta da chantagem não funciona.

Simon deixou claro que não gostou de saber da reunião com Serra pela imprensa, mas garantiu que não aplicou nenhuma reprimenda à bancada. A ordem no PMDB é esfriar os ânimos e empurrar a definição sobre o assunto para a convenção nacional, em junho. Até lá, diz Simon, a única decisão do PMDB gaúcho é defender a candidatura própria à Presidência – uma proposta virtualmente já derrotada com a decisão da executiva de indicar o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), como vice de Dilma.

O problema virá depois da convenção. A expectativa dos peemedebistas gaúchos, explica o deputado Fernando Záchia, é de que a direção libere os Estados a assumirem uma decisão de neutralidade em relação à eleição presidencial, o que, na prática, permitiria o apoio ao tucano. Mas mesmo que isso ocorra, será preciso chegar a um entendimento com o PDT, que cobra a entrada na campanha de Dilma.

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