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 | 24/05/2010 09h19min

Coreia do Sul ameaça sua vizinha com retaliações militares

"Coreia do Norte vai pagar um preço à altura de suas provocações", afirmou o presidente

A Coreia do Sul responderá militarmente e de forma imediata no caso de uma nova agressão da Coreia do Norte, que deverá 'pagar um preço' pelo afundamento da corveta sul-coreana "Cheonan" em março passado, afirmou nesta segunda-feira, em um duro discurso, o presidente sul-coreano Lee Myung-Bak.

— Se nossas águas territoriais, nosso espaço aéreo e nosso solo forem violados, utilizaremos imediatamente nosso direito à autodefesa — advertiu Lee Myung-Bak, em um discurso transmitido pela televisão. Seul pedirá ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que adote sanções contra Pyongyang pelo ataque contra a corveta, torpedeada por um submarino norte-coreano, afirmou ainda. Além disso, a Coreia do Sul também suspenderá totalmente suas relações comerciais com a Coreia do Norte, advertiu Myung-Bak. Em sua mensagem em cadeia nacional, Lee anunciou ainda que Seul impedirá o tráfego de navios norte-coreanos pelas rotas marítimas do Sul. O presidente sul-coreano enfatizou que não aceitará mais provocações.

— As coisas mudaram. A Coreia do Norte vai pagar um preço à altura de suas provocações — afirmou Lee. Em Washington, o presidente Barack Obama ordenou a revisão da política de Washington em relação à Coreia do Norte e aprovou a ideia de aplicar sanções para apoiar seu aliado Coreia do Sul ante qualquer agressão de Pyongyang, indicou a Casa Branca.

— Esta revisão visa a assegurar que tomemos as medidas apropriadas e identifiquemos zonas onde seja necessário realizar ajustes", afirmou o secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs, em um comunicado por escrito. Entre essas medidas, a Casa Branca considera apropriada a aplicação de sanções a Pyongyang. Na sexta-feira passada, o ministro sul-coreano da Defesa, Kim Tae-Young, afirmou que Seul fará Pyongyang "pagar" pelo ataque à corveta. Uma investigação internacional sobre o naufrágio da "Chenoan" revelou que o navio foi torpedeado por um submarino norte-coreano.

A corveta de 1.200 toneladas explodiu e naufragou em 26 de março passado, matando 46 marinheiros, quando se deslocava na zona da ilha de Baengnyeong, no Mar Amarelo, na fronteira marítima com a Coreia do Norte. Pyongyang negou as acusações e afirmou que Seul fabricado provas de seu envolvimento no caso. Além disso, afirmou que os dois países estão 'perto de uma guerra'.

Por outro lado, Kim Tae-Young anunciou que as marinhas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos realizarão em breve manobras militares frente à costa ocidental da península. Os Estados Unidos e outras potências ocidentais condenaram o ataque, mas a China, por sua vez, recebeu com frieza as conclusões da comissão investigadora internacional, limitando-se a pedir cautela a ambas as partes.

Nesta segunda, em Pequim, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, declarou que os Estados Unidos "trabalham duro para evitar uma escalada" na península coreana.

— Os norte-coreanos criaram uma situação extremamente precária na região, uma situação que cada país vizinho imediato ou próximo da Coreia do Norte compreende que deve ser circunscrita — acrescentou Hillary, que na quarta-feira vaia Seul. Nos próximos meses haverá uma forte tensão entre as duas Coreias, mas um conflito maior parece improvável, segundo os analistas em Seul.

— Um conflito militar é possível, mas as duas Coreias terão de agir com cautela à medida que as grandes potências da região não a deixarão ir muito longe — afirmou Yang Moo-Jin, analista da Universidade de Seul.

AFP
Yonhap, EFE / 

Presidente da Coreia do Norte fez discurso duro contra a rival do Sul
Foto:  Yonhap, EFE


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