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 | 22/05/2010 11h49min

Saída para Espanha é deixar a UE, diz economista

Para Decio munhoz, professor da UnB, zona do euro agrupou países extremamente heterogêneos

A crise na Europa é seríssima e a única saída para a Espanha é deixar imediatamente a União Europeia. A avaliação é do economista e professor da Universidade de Brasília (UnB), Decio Munhoz. Segundo ele, se a Espanha permanecer no bloco, será obrigada a "engolir o remédio amargo" do Fundo Monetário Internacional (FMI), que pode levar o desemprego e o empobrecimento ao país.

Entre os países do Continente Europeu que a adotaram o euro como moeda comum, a situação é mais preocupante atualmente na Espanha, em Portugal e na Grécia. A crise, que parecia ser passageira, tem abalado os mercados financeiros de todo o mundo, provocando queda nas bolsas de valores e aumentando a aversão dos investidores ao risco.

Para Munhoz, a turbulência está longe de ser resolvida, já que os países ricos da Europa só admitiram a Espanha, Portugal e a Grécia no bloco econômico "porque não podiam conviver com nações pobres ao lado", deixando de levar em consideração as diferenças culturais, políticas e econômicas.

– Pressionaram para que eles (Espanha, Portugal e Grécia) mudassem para o grupo dos países ricos, com um patamar de vida mais alto, mas agora dizem a eles que terão de empobrecer. É uma contradição – diz Munhoz.

O professor lembra que, com o fim da União Soviética, os países que estavam em sua órbita foram atraídos para a zona da euro mais por questões políticas do que econômicas. Segundo ele, o objetivo foi muito mais de ocupar espaços e, estrategicamente, manter a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que reúne, entre outros, os Estados Unidos, a França, a Alemanha e a Grã-Bretanha.

– Ampliou-se o leque de nações completamente diferentes em tudo. E agora, o mínimo que poderá acontecer é ter um monte de países fora da zona do euro e um núcleo central muito pequeno dentro – avalia o professor.

Conforme o professor, o "germe da desintegração" está ligado a esse problema da moeda ter paridades fixas e, paralelamente a isso, imaginar que se teria inflação e déficits orçamentários iguais, em torno de 3%, em países tão desiguais.

AGÊNCIA BRASIL
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