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 | 16/05/2010 14h01min

Lula reforça laços estratégicos com o Irã, mas exclui questão nuclear

Presidente brasileiro continua otimista quanto à evolução das conversações sobre o dossiê nuclear iraniano

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e e o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, enfatizaram neste domingo o reforço de suas relações bilaterais, segundo a nota oficial iraniana sobre a primeira reunião mantida pelos dois chefes de Estado, que não menciona, no entanto, a questão nuclear, foco de sua agenda.

Segundo uma fonte, Lula declarou que o "Brasil considera suas relações com o Irã estratégicas, já que os dois países podem atuar assim com mais força". De acordo com um membro da delegação que acompanha o chefe de Estado brasileiro em Teerã, Lula continua otimista quanto à evolução das conversações em curso para se chegar a um acordo sobre o dossiê nuclear iraniano.

— O presidente continua otimista sobre as discussões — declarou o dirigente, que não quis ser identificado.

Lula também se reuniu com o guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, indicou a televisão estatal. Khamenei denunciou os Estados Unidos pelo "barulho" feito a respeito da visita do presidente brasileiro ao Irã.

— As potências dominantes, em particular os Estados Unidos, estão descontentes com o desenvolvimento das relações entre os países indepententes e influentes — indicou ainda.

Lula chegou no sábado a Teerã com uma delegação de 300 membros para uma visita de dois dias e foi recebido no aeroporto pelo chefe da diplomacia iraniana, Manuchehr Mottaki. Sua missão é conversar com as autoridades iranianas sobre a questão nuclear. As possibilidades de êxito desta mediação são consideradas escassas pelos Estados Unidos e Rússia.

O enriquecimento de urânio por parte do Irã está no centro do conflito com a comunidade internacional, que teme que Teerã esteja tentando obter a bomba atômica, o que é negado pelo governo do país. As grandes potências propuseram ao Irã que enviasse 70% de seu urânio levemente enriquecido para transformá-lo em combustível altamente enriquecido que o país precisa para seu reator de pesquisas científicas. Invocando um problema de "confiança", o Irã rejeitou a proposta e disse que prefere uma troca simultânea ou por etapas em pequenas quantidades, feita em seu território, o que foi rejeitado pelas grandes potências. Frente a essa negativa, o Irã lançou em fevereiro a produção de urânio enriquecido a 20%, o que acelerou a mobilização ocidental para adotar novas sanções por parte do Conselho de Segurança da ONU. 

AFP
Abedin Taherkenareh, EFE / clicRBS

Presidente Lula discutiu relações bilaterais com o Irã neste domingo
Foto:  Abedin Taherkenareh, EFE  /  clicRBS


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