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 | 11/05/2010 19h57min

Guerra de acusações marca audiência sobre vazamento de óleo no Golfo do México

Encontro apontou falha na segurança de plataformas e pouco controle governamental

Atualizada em 12/05/2010 às 17h34min

Durante uma audiência realizada nesta terça-feira no Senado americano, os diretores das empresas envolvidas com o vazamento de óleo no Golfo do México trocaram acusações. A primeira audiência pública sobre a catástrofe ecológica apontou para problemas de segurança nas plataformas e falta de rigor no exercício do controle governamental.

O presidente do Comitê de Energia do Senado, Jeff Bingaman, disse, no início da audiência, que a explosão da plataforma operada pela British Petroleum (BP), propriedade da Transocean e na qual a Halliburton trabalhou como subcontratada, obedece provavelmente a uma "cascata de erros técnicos, humanos e de regulamentação".

Calcula-se que 800 mil litros diários de petróleo, cerca de cinco mil barris, fluem a cada dia para o Golfo desde então.

Os executivos da BP, Transocean e Halliburton, falaram sob juramento e insistiram que é cedo para tirar conclusões, mas mesmo assim não eximiram-se da culpa pela explosão da plataforma no dia 20 de abril.

O primeiro a falar foi Lamar McKay, presidente da filial americana da BP. McKay insistiu na necessidade de esclarecer a razão pela qual o equipamento que deveria selar o poço em caso de emergência não funcionou. O presidente da empresa culpou a Transocean pela falha, dizendo que a empresa tinha a responsabilidade pela segurança, e acrescentou que os níveis de pressão no poço eram "anormais" antes da explosão.

O responsável da Transocean, Steve Newman, afirmou que a sugestão de que a equipe de selamento no exterior do poço foi o motivo do acidente "não faz sentido" e explicou que essa equipe tem como objetivo controlar a pressão e fechar rapidamente o fluxo de petróleo ou gás natural caso registre pressão "rápida e inesperada" procedente do interior do poço durante os trabalhos de perfuração.

Já Tim Probert, responsável da divisão de negócios globais da Halliburton, disse que a empresa realizou o trabalho de acordo com os requisitos exigidos pela BP e segundo as práticas da indústria. Probert admitiu, no entanto, que não foi feita uma prova final para comprovar a resistência do cimento.

O senador republicano John Barrasso destacou, durante a audiência, a postura das empresas, dizendo que as declarações não ajudarão a solucionar o problema:

— Escuto uma mensagem e a mensagem é 'não me culpem' — afirmou.

Enquanto isso, vários manifestantes da organização Code Pink colavam cartazes na sala com mensagens como "BP mata" e "Boicote a BP".

De acordo com dados do Departamento do Interior do governo americano, a perfuração em águas profundas, que implica operações pelo menos a 300 metros, aumentou de forma significativa na última década nos Estados Unidos.

Em 2008 havia cerca de 141 projetos petrolíferos em águas profundas do Golfo do México. Cerca de 30% do petróleo dos Estados Unidos vem do Golfo do México, e três quartos da atividade produtora tem lugar em águas profundas.

O governo dos Estados Unidos respondeu ao desastre anunciando que cancelou cinco concessões de prospecção petrolífera e que deve reestruturar as agências de vigilância da indústria.

O anúncio fez o secretário do Interior, Ken Salazar, dizer que vai estabelecer "um processo sustentado na ciência para a determinação das áreas apropriadas para a perfuração petrolífera" na plataforma continental exterior dos Estados Unidos.

EFE
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