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 | 05/05/2010 16h31min

EUA avaliam brecha legal que permite a terroristas comprar armas

Pessoas incluídas nas listas de suspeitos de terrorismo tentaram comprar armas e explosivos 1.119 vezes nos EUA

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, pediu hoje no Senado a aprovação de uma lei para fechar a lacuna legal que permite a suspeitos de terrorismo comprar armas nos Estados Unidos. Bloomberg compareceu hoje perante a Comissão de Segurança Nacional e Assuntos Governamentais do Senado. A audiência foi convocada após a tentativa de atentado com carro-bomba na Times Square, no fim de semana passado.

Segundo o relatório do Escritório de Supervisão do Governo (GAO), citado pelo prefeito, entre 2004 e 2010 pessoas incluídas nas listas de suspeitos de terrorismo tentaram comprar armas e explosivos legalmente em estabelecimentos dos EUA 1.119 vezes.

Também falaram o chefe da Polícia de Nova York, Raymond Kelly, e o deputado republicano Peter King, que introduziu em 29 de abril uma proposta de lei para tentar evitar a venda de armas e explosivos a suspeitos de terrorismo.

— A legislação fecha o vazio legal que permite aos incluídos na lista de suspeitos de atividades terroristas comprar armas no país — assinalou King.

Nos EUA, uma pessoa que queira comprar uma arma tem que passar por um sistema nacional de controle de antecedentes criminais e, se descumprir alguns dos requisitos, tem a possibilidade vetada. No entanto, com a atual legislação, como conta King, o fato de uma pessoa ser qualificada de terrorista ou de suspeita de terrorismo não é critério para desqualificá-la para a compra de armas ou explosivos.

— É hora de fechar essa brecha em nossas leis de armas — disse Bloomberg, para quem o FBI (polícia federal) e os agentes de segurança teriam que ter a autoridade para bloquear a venda de armas aos integrantes dessas listas.

Nova York sofreu no fim de semana passado uma nova tentativa de atentado quando Faizal Shahzad colocou um carro-bomba na Times Square.

— Na cidade de Nova York, estamos fazendo tudo que for humanamente possível para prevenir outro ataque — assinalou o prefeito, que lembrou que, desde 1990, a cidade foi alvo de 20 conspirações terroristas. Por isso, urgiu ao Congresso que conceda os fundos necessários aos programas do Departamento de Segurança Nacional para dar segurança às cidades, ajudando-as na luta contra os terroristas.

Em 2007, durante o Governo George W. Bush, o senador Frank Lautenberg introduziu uma versão prévia que foi criticada pelos defensores da Segunda Emenda, que prevê o direito constitucional a possuir armas de fogo. Bloomberg explicou que a iniciativa de lei para impedir a compra de armas a terroristas não afeta a Segunda Emenda.

— Nossos pais fundadores não a escreveram para dar poder a gente que quer aterrorizar um Estado livre, mas para proteger o povo — afirmou.

— Atualmente, a segurança de nosso Estado livre está sendo posta a toda prova por terroristas — acrescentou o prefeito, que pediu aos senadores que ajam para fortalecer a lei incluindo o fechamento dessa brecha legal.

Na mesma linha se manifestou Kelly, que assinalou que nos últimos anos foram reforçadas as medidas de segurança na cidade e até se realizaram operações encobertas para demonstrar a "facilidade" com que terroristas podem comprar componentes explosivos no país.

Kelly, que ressaltou a cooperação entre os diferentes corpos de segurança, especialmente com o FBI e o Departamento de Segurança Nacional, indicou que desde 2002 o crime convencional caiu 40%, mas "ainda há muitas armas disponíveis para os criminosos".

— Espero que o Congresso aprove esta lei sem atraso — enfatizou.

EFE
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