| 05/09/2009 22h20min
Daniel Marenco
O que era para ser a terceira revolução de Paulo Autuori no Grêmio resultou em um grande e profundo fracasso. Depois de mudar o esquema do 3-5-2 para o 4-4-2 e verticalizar a aposta nas categorias de base, o técnico tentou deixar o time mais ofensivo. E, para isso, fez o que tinha treinado e, no dia seguinte, afirmou ser apenas um teste: sacou o capitão Tcheco da equipe. Em seu lugar, Douglas.
O jogo mostrou que foi um erro. O Grêmio perdeu o meio-campo, que ficou sem força de marcação. Com a inconsistência, até o zagueiro Réver, sempre uma
fortaleza, errou. Absurdo chamar de injusto o empate no finzinho, aos 41 minutos, gol de Jonas? Não.
Desta vez, os
que sempre defenderam o ingresso de Douglas terão de admitir. O garoto teve uma chance de ouro: em casa, diante da torcida, contra um adversário nem tão expressivo assim e na sua posição. Teve uma atuação apagada. Pior: o empate só veio depois que ele saiu. Tcheco, justamente quem entrou no seu lugar, acertou o cruzamento para o empate de Jonas.
A ideia de Autuori, talvez, fosse a de reeditar o lado esquerdo da Libertadores de 2007, no qual Lúcio e Carlos Eduardo infernizavam os zagueiros. Mas o Lúcio de ontem não se repetiu. E Douglas não correspondeu. O empate em 1 a 1, além de acabar com a série de vitórias em casa, que estava sustentando o Grêmio no campeonato em razão das derrotas fora, agora agrega um elemento ruim para o ambiente neste momento.
A ousadia de tirar Tcheco do time, patrocinada por Autuori, deu errado. E o Grêmio pagou um preço caro por ela. O que faz, pela primeira vez desde a chegada do treinador (um grande treinador, aliás), o torcedor ir para
casa se perguntando se,
na prática, Autuori está sendo diferente do odiado Celso Roth.
Era tudo o que o Grêmio não precisava a esta altura do campeonato.
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