| 09/08/2009 16h47min
O início do Torneio Apertura argentino, previsto para a próxima sexta-feira, depende de uma negociação da federação de futebol local com a detentora dos direitos de transmissão para aumentar o valor repassado aos clubes.
O comitê executivo da federação se reunirá na próxima terça-feira para adotar uma decisão quanto à continuidade do contrato com a televisão, que termina em 2014.
A empresa Televisión Satelital Codificada (TSC) ofereceu antecipar 40 milhões de pesos (cerca de US$ 10,5 milhões) para que os clubes paguem as dívidas com os jogadores, problema que motivou o adiamento das competições profissionais.
A oferta foi rejeitada pelo presidente da federação, Julio Grondona, que afirmou que "a solução dos problemas dos clubes deve sair deles mesmos" e exigiu um aumento de 100% nas cotas anuais de televisão.
Após a advertência do sindicato de jogadores de que o torneio não poderia começar pelas dívidas, Grondona propôs primeiro a regularização do sistema de apostas em partidas, que atualmente é clandestino, mas o governo respondeu que esse assunto não seria de resolução imediata.
– O tempo do futebol não é o tempo do Estado – afirmou o chefe do Gabinete de Ministros, Aníbal Fernández.
Imediatamente, Grondona exigiu a revisão do contrato com a televisão, que ele mesmo negociou, e um aumento das quantias aos clubes.
Os empresários da televisão se negam a aceitar o pedido. O canal Torneos e Competencias (TyC), membro do grupo proprietário dos direitos, afirma que existe um pacto entre Grondona e o Governo argentino para ficar com o futebol e exibir os jogos pelos canais do Estado.
O presidente da TyC, Marcelo Bombau, disse à imprensa que o suposto pacto tem como objetivo a rescisão do contrato com a TSC, que finaliza dentro de cinco anos, e que está disposto a negociar diretamente com os dirigentes dos clubes.
Bombau garantiu que alguns dirigentes não estão de acordo com a postura do presidente da federação argentina de futebol. A briga parece ganhar contornos políticos e isso pode atrasar ainda mais o início da temporada 2009-2010.
Os clubes recebem atualmente 268 milhões de pesos anuais da televisão (cerca de US$ 70 milhões), e Grondona quer quase o dobro.
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