| 03/08/2009 06h10min
Diego Vara
O torcedor que se prepare. Vem aí, na quinta-feira, um jogo com matizes de semifinal de Libertadores, para ficar no momento mais importante vivido pelo Grêmio este ano. É no Parque Antártica que o time de Paulo Autuori e do capitão Tcheco (foto) anunciará ao vivo, para o país inteiro, a que veio neste Campeonato Brasileiro.
Em caso de vitória sobre o líder Palmeiras, veio para ser protagonista e lutar pelo título. Empate não é drama, mas reduz o brilho a uma vaga no G-4. Derrota significa o adeus às duas primeiras opções, com todos os prejuízos anímicos decorrentes de seguir sem ganhar fora de casa.
Mas o que o Grêmio
necessita, na prática, para vencer o Palmeiras, a cada rodada mais sólido como o principal candidato ao título
nas mãos de um Muricy Ramalho em busca do incrível tetra consecutivo?
O ideal seria que se reforçasse, é claro. Para enfrentar o líder em seu caldeirão, o Grêmio necessita de mais qualidade. Sem um fato novo do meio para a frente, o Grêmio restou engolido longe de sua torcida por Avaí, Coritiba, Vitória, São Paulo, Sport e Atlético-MG, não necessariamente nesta ordem. O único empate é mais vergonhoso do que as derrotas. Foi com o Fluminense, lanterna absoluto.
Para não se repetir, o Grêmio precisa de algo novo.
E só existe um jeito de agregar qualidade sem anunciar uma supercontratação entre hoje e amanhã. Está bem, está bem: nem se tivesse um mês a direção gastaria uma dinheirama por um reforço incontestável, pelo simples motivo de que os cofres estão raspados.
Portanto, é isso mesmo que você, torcedor do Grêmio, já deve estar concluindo: Douglas
Costa.
O técnico Paulo Autuori precisa, enfim, dar uma chance a Douglas
Costa ao lado de Maxi López.
Pode ser como atacante ou para compor um trio de meias com chegada à frente, ao lado de Souza e Tcheco, deixando o argentino mais adiantado. Não importa: o fato é que é preciso arriscar. Douglas é o único jogador do grupo de jogadores com potencial para um dia ser craque. Nenhum outro tem. Só ele. Um jovem talento pode desabrochar a qualquer momento. Desde que jogue, é claro.
E se o dia de Douglas desabrochar for na quarta-feira, no Parque Antártica? Só há uma maneira de descobrir: se Autuori tentar.
Mas que tente desde o ínicio. Ontem, nos 4 a 1 sobre o Cruzeiro, ele entrou só depois da expulsão de Jonathan, a 27 minutos do primeiro tempo. Autuori mostrou coragem. Retirou Thiego, um zagueiro, e colocou o time à frente. Poderia ter escolhido uma alteração convencional, optando pela saída de um volante ou mesmo de Tcheco.
Mas teria sido ainda mais corajoso
se escalasse Douglas desde o começo. O jovem talento tem se saído
bem dentro e fora de campo. No Morumbi e ontem, foi destaque. Para os moralistas de plantão se acalmarem, pediu desculpas — ainda que não precisasse — por supostos erros. O mais notório deles, dirigir sem carteira de habilitação, ganhou contornos de crime inafiançável para seus críticos. Menos, menos.
Então, está nas mãos de Autuori. Jonas ou Douglas no Parque Antártica?
Pode estar aí a decisão sobre o futuro do Grêmio neste Campeonato Brasileiro.
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