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 | 02/08/2009 02h09min

Andrezinho viaja ao Japão em condições de se garantir no time

Jogador sempre sonhou em dar voos maiores

Diogo Oliver  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

O momento de Andrezinho no Inter é similar ao vivido por ele quando tinha cinco anos e pulou da altura de um andar. A mãe, doméstica, lavava roupa no emprego enquanto o caçula aprontava toda sorte de estripulias. Desfilar fantasiado de super-homem, não surtiu efeito. Então, Andrezinho tomou a decisão de voar.

Primeiro, avisou dona Erli Fostina dos Santos, a mãe. Que fez cara feia quando avistou o filho de pé, na janela. Seguiu lavando roupa. Diante do aparente desdém, Andrezinho sorriu e, braços abertos, certo de que era mesmo um super-herói, saltou.

André Luiz Tavares, como se vê, sempre acreditou. Primeiro, que podia voar aos cinco anos. Depois, já adulto e jogador de futebol, que seria titular absoluto do Inter em vez de só entrar no segundo tempo.

Do voo de super-homem, herdou uma cicatriz no olho esquerdo. Mas a mãe de Andrezinho conta a história como exemplo de perseverança.

Desde a infância pobre — Andrezinho nasceu em São José do Rio Pardo, mas antes do primeiro ano de vida mudou-se com a família para Campinas —, o caçula sempre acreditou. O ex-zagueiro Rondinelli, do Flamengo, o descobriu em Campinas e o levou para o Rio por conta. Andrezinho acreditou nele, exatamente como quando alçou voo da janela e, mais adiante, ao não desistir do Inter antes de ser ídolo da torcida. Só que até o obstinado Andrezinho fraquejou.

— Vou ser sincero — avisa Andrezinho, na porta do vestiário do Beira-Rio. — Tive medo de ficar rotulado como talismã. Sabe a história do talismã, o cara que só funciona no segundo tempo? Pois é: teve uma hora em que eu pensei que podia ficar nisso. Me irritei com o papo de 12º jogador.

Andrezinho salvou-se na derrota para o Botafogo, que tanto irritou os torcedores por conta da apatia do time. Depois, arrasou contra o Barueri.

Foi esta conduta que garantiu, aos olhos de Tite e da torcida, o respeito e o fim do medo de ser um simples talismã. Virou emblema do recomeço.

— Aumentaram as cartas para ele. Sensivelmente — revela Alessandro Santos, funcionário do vestiário do clube.

Assim, o astral de Andrezinho quer atingir o patamar e Fernandão. Este é o novo limite sonhando.

— Quero chegar ao coração dos colorados como Fernandão chegou. E ir para a Europa no futuro.

Há duas décadas, ele caiu. Restou uma cicatriz abaixo do olho esquerdo. Mas Andrezinho se reergueu. E seguiu sonhando. Depois que passou de reles talismã a titular absoluto, é bom não duvidar de seus sonhos.

Nuvem Esperança

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