| 18/07/2009 14h10min
Há uma série de frases lúdicas para definir um jogo centenário como o Gre-Nal. Todas elas passam ao largo de questões prosaicas. O que é bom. Ninguém conta a história de uma rivalidade que sintetiza a personalidade de um povo versando sobre três pontos, 3-5-2 ou 4-4-2 e cálculos para atingir o G-4.
Desde "Gre-Nal é Gre-Nal", passando por "Gre-Nal arruma e desarruma a casa" até "Gre-Nal é um campeonato dentro do campeonato", o clássico sempre teve esta compreensão mais universal. Ainda mais quando há datas emblemáticas a lustrá-lo. Feito a de ontem, 18 de julho, dia em que o futebol escreveu o primeiro capítulo de um romance comovente, há um século.
Dito isto, peço licença para tratar de uma reles questão prosaica do
Gre-Nal deste domingo, no Olímpico.
Para efeitos de sequência no campeonato,
derrota é terrível para o Grêmio. E empate é ruim. O time de Paulo Autuori está em 8º lugar, com 15 pontos. Se perder, o Grêmio pode não apenas abandonar a zona da Sul-Americana como também se aproximar da pantanosa área do rebaixamento.
Claro que nem o mais pessimista dos gremistas apostaria em descenso para este Grêmio, mas habitar a linha limítrofe do inferno é sempre constrangedor. Hoje, a distância para o líder Atlético-MG (24 pontos) é de nove pontos. Se enfileirar a quarta derrota em Gre-Nal este ano justamente para o vice-líder Inter (23 pontos), a situação se complica ainda mais.
O Grêmio precisa ganhar para não se descolar dos postulantes ao título. O Inter, não. O Inter não sai do G-4 nem se perder no Olímpico.
Pode ser ultrapassado no fim de semana e perder até duas posições, mas seguirá na zona da Libertadores. Também pode entrar a semana vendo o Atlético-MG livrar quatro pontos de vantagem na ponta,
impossibilitando a retomada da liderança na próxima
rodada.
O drama colorado em caso de derrota será anímico: perturbação do ambiente no vestiário, focos de litígio com o torcedor, a campanha contra Tite tomando corpo. O que não é pouco para um clube popular. Mas, ao contrário do Grêmio, empate não tira a equipe da briga pelo primeiro lugar, mantém a invencibilidade de sete jogos contra o Grêmio e estaciona o rival no limbo da tabela.
Posso apostar que Autuori e Tite estão mais interessados nestas questões prosaicas do que nos aspectos lúdicos do Gre-Nal deste domingo.
Mesmo que seja o Gre-Nal dos 100 anos de uma das mais vencedoras e espetaculares rivalidades do planeta bola.
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