| 01/06/2009 16h34min
Especialistas em entorpecentes, segurança pública e recuperação de dependentes de drogas participaram na tarde desta segunda-feira, em Florianópolis, da 4ª edição do Painel RBS, que discutiu o problema do crack em Santa Catarina. O debate teve transmissão da RBS TV, da TV Com e do site www.painelrbs.com.br.
Durante o evento, foi lançada a campanha Crack, Nem Pensar, promovida pelo Grupo RBS. Nelson Sirotsky, presidente do grupo destacou a importância do tema como bandeira institucional.
— O foco será relacionado com a prevenção. Pretendemos oferecer a nossa contribuição para uma grande mobilização da sociedade catarinense com o objetivo claro de erradicar o consumo de crack no nosso ambiente.
No primeiro bloco do painel, a coordenadora do programa de saúde mental da Secretaria de Estado da Saúde, Elisia Puel, e o psiquiatra Marcos José Barreto Zaleski discutiram a
prevenção do uso do crack.
Elisia destacou a
necessidade de um comprometimento de vários setores da sociedade no enfrentamento do problema. Para ela, é importante que haja uma intervenção ampla, com ações nas áreas da assistência social, saúde, educação e justiça.
Marcos Zaleski definiu o crack como "o câncer de todas as drogas". Segundo ele, para que haja uma prevenção eficaz, é preciso que os adolescentes tenham acompanhamento constante dos pais. Ele destacou a importância do diálogo e da informação para evitar o consumo.
Segundo ele, adolescentes vindos de famílias desestruturadas têm mais chances de se tornarem usuários.
No segundo bloco, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto falou sobre a legislação no combate ao crack. Para Barreto, a legislação é forte no quesito repressão.
O secretario destacou a importância de uma ação conjunta entre as policias federal, civil e militar. Segundo ele, os municípios também têm um papel importante para
solucionar o problema.
Barreto afirmou
que um fator fundamental para evitar que jovens acabem usando as drogas é por meio de inclusão social. De acordo com ele, a droga tem entrado com força até mesmo em cidades do interior, onde é usada como forma de aguentar jornadas de trabalho longas.
No terceiro bloco, a promotora de Justiça da Vara da Infância e adolescência de Florianópolis, Vanessa Cavallazzi e o delegado titular da delegacia de repressão a entorpecentes da Deic, falaram sobre repressão e legislação no combate ao tráfico.
Na opinião de Vanessa, o problema deve ser abordado de maneira múltipla. Ela destacou que a educação deveria ter um papel fundamental na vida dos adolescentes. Segundo ela, deveria haver uma maior foco nos cursos profissionalizantes para evitar a proliferação do uso de crack.
Vanessa também defende o aperfeiçoamento da legislação é um maior cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Para o delegado Cláudio Monteiro, a capilarização
do tráfico é um dos grandes desafios no combate
ao crack. Como o tráfico está espalhado em praticamente todas as comunidades, é difícil evitar o contato dos jovens com a droga.
O padre Vilson Groh, que trabalha com recuperação de jovens dependentes e Jonas Ricardo Pires, Presidente do Centro de Recuperação de Toxicômanos e Alcoólicos (Creta) falaram sobre reabilitação no último bloco.
Para o padre, sem investimentos sociais não é possível recuperar os jovens. Segundo ele, condições e oportunidades devem ser geradas para que os jovens sejam incluídos na sociedade.
Jonas Pires enfatizou a importância da família na recuperação dos jovens. Na plateia, o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, anunciou que foi criada uma força-tarefa com o objetivo de implementar políticas públicas no combate à disseminação do crack..
Leia mais sobre a campanha no especial Crack, nem Pensar.
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