| 11/05/2009 03h12min
Nilmar ligou para dona Marisa no início da tarde de ontem para se desculpar por não ter enviado presente pelo Dia das Mães. Pelo celular, ela respondeu.
— Não precisa dar nada, faça um gol pra mim, então — disse a mãe.
Confira o gol em gráfico:
Horas depois, junto à família no sobrado do bairro Jardim União, em Bandeirantes, a mãe assistia ao filho marcar o gol mais bonito do início do Brasileirão, o da vitória de 1 a 0 do Inter sobre o Corinthians, no Pacaembu.
Desde quando saiu de casa para integrar as categorias de base do Inter, Nilmar nunca mais passou o Dia das Mães ao lado de dona Marisa. Sempre envia joias, relógios ou
outros mimos pelo correio.
A ideia era a família se encontrar em São Paulo. Mas seu
Nilton, o pai, achou que talvez fosse perigoso ir ao Pacaembu. Marisa estava no restaurante Rancho da Invernada com 12 familiares quando o atacante fez o telefonema. Mais tarde, já no aeroporto, Nilmar ligou para saber se a mãe havia assistido ao gol.
— Eu disse: “Igual a esse não vai ter mais” — contou Marisa, à noite, por telefone.
O gol também foi especial para Eduardo Guimarães, sogro do jogador. Ele e quatro amigos de infância estavam na arquibancada. Paulinho, Daniel Babão, Joãozinho e Vinícius Chicabina pegaram a estrada às 5h30min, encararam 434 quilômetros de estrada e chegaram ao Pacaembu ao meio-dia. O quarteto é um dos mais íntimos de Nilmar — Chicabina é primo do atacante. Fazem parte de um time de Bandeirantes. Muitas vezes, passaram férias juntos no Costão do Santinho Resort, com despesas custeadas por Nilmar. Babão se formou em Direito há alguns meses. Teve a faculdade paga pelo jogador.
— Eles são gente humilde, imagina a alegria
deles depois daquele gol — comenta
Guimarães.
Quando Nilmar driblou seis adversários e concluiu para fazer o gol, Guimarães se lembrou de outro momento histórico do seu Inter. A vitória do Inter sobre o Corinthians, pelo mesmo placar, naquele mesmo Pacaembu, em 28 de maio de 1967: pela primeira vez um time gaúcho vencia em São Paulo. O sogro já viu a chuteira com a qual Lambari fez aquele gol de 1967 no museu do Inter.
Mas o que tornou aquele dia mais especial era o aniversário Helena, mãe de Guimarães, colorada fanática, morta há 14 anos. Agora, voltar a assistir ao “quase filho” marcar gol antológico justamente no dia das mães, voltou a emocioná-lo.
— O gol valeu o ingresso, pegar chuva, a viagem, tudo — afirmou.
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