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 | 01/05/2009 05h10min

O vizinho de Autuori no Catar abre o jogo

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br













 


Lembram do Rodrigo Gral? Aquele que surgiu ao lado de Ronaldinho nas seleções da CBF e chegou a ser apontado como mais um menino prodígio do Olímpico? Joga no Catar há três anos. Lá, mora no mesmo condomínio de Paulo Autuori, sonho de consumo tricolor.

De férias em Porto Alegre, Rodrigo ((foto: Diego Vara) traz duas notícias acerca do seu vizinho. Notícia 1: se dependesse apenas dele, já estaria treinando o Grêmio há semanas. Notícia 2: os árabes querem, a todo custo, convencê-lo a ser o técnico da seleção do Catar, e estão dispostos a tudo para fazê-lo aceitar o novo cargo.

Rodrigo Gral volta no fim de maio para cumprir o último ano de contrato com o Al-Saad (foto). Para não perder a forma aos 31 anos, treina todas as tardes no Cerâmica, de Gravataí. Antes de chegar ao mundo árabe, passou cinco anos e meio no Japão, entre Jubilo Iwata e Yokohama Marinos. Uma carreira de sucesso, como se vê.

Em oito anos fora do Brasil, só passou por grandes clubes, o que garantiu estabilidade financeira para os pais, Celito e Tereza. Os irmãos também agradecem o sucesso do irmão. O mais novo, Ricardo, 21 anos, joga no 14 de Julho, de Livramento. Rafael, 26, gerencia a carreira de Gral. O plano é cumprir o contrato no Catar e, quase uma década depois, voltar ao Brasil.

 — Se for para o Grêmio, seria o ideal. É meu time do coração. Mas vamos ver até lá. É muito tempo fora do país. Dá saudade — suspira Rodrigo, que aprendeu não apenas algumas palavras em japonês, mas frases inteiras e, se bobear, inclusive alguns diálogos surpreendentes, segundo ele.

No Catar, Rodrigo conversa com frequência com Autuori, que segue adotando a lei do silêncio sobre sua transferência para o Grêmio. Eles batem papo na porta do condomínio, no saguão, no elevador, na garagem, onde se encontrarem. Por isso, o ex-jogador do Grêmio traz informações de bastidores sobre a novela que se tornou o novo técnico do Grêmio.

— Eles (os árabes) o querem na seleção do Catar. Só se fala nisso lá. Da última vez que conversamos, até brinquei para ele alugar o meu apartamento em Porto Alegre. O Paulo (Autuori) me disse: "se dependesse só de mim, já estava no Grêmio". Creio que ele virá, mas minha experiência no Catar sempre recomenda um "nunca se sabe". Se o xeque não autorizar, ninguém sai do país e pronto — revela Rodrigo.

Mas por que o Grêmio? Por que não São Paulo, Cruzeiro ou Flamengo, se qualquer clube do Brasil se derrama por Autuori? Rodrigo Gral já ouviu a resposta do próprio.

— É o projeto. Nunca um clube brasileiro sinalizou com um projeto amplo, que deixasse as categorias de base sob o seu comando. Ele fez isso no Al-Rayyan e revolucionou o futebol do Catar. Como o Grêmio topou, ele está encantado com a chance de trabalhar assim no Brasil — explica Rodrigo Gral, o vizinho de Paulo Autuori no Catar.


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