Leandro Behs e Luís Henrique Benfica

Sem uma grande venda desde a saída de Lucas para o Liverpool, em 2007, o Grêmio estaria encontrando dificuldades para pagar dívidas trabalhistas com ex-jogadores que aderiram ao condomínio de credores. Criado em 2005, o condomínio fica com 10% do dinheiro obtido com cada negociação. Em troca, os credores retiraram as ações judiciais contra o clube.

O atraso, desde janeiro, estaria em R$ 5,5 milhões. A direção não desmente a existência do débito. Mas não confirma que seja este o total devido.

Representante de 14 ex-jogadores que integram o condomínio, entre eles Tinga, Agnaldo, Zé Carlos, Roger (o lateral), Adão, Macedo e Fábio Baiano, o advogado Décio Neuhaus confia em que os pagamentos sejam regularizados a partir de maio.

– O clube precisou investir no time para a Libertadores. Tenho certeza de que no próximo mês os pagamentos voltarão a ser regularizados. O Grêmio estava pagando tudo em dia – diz Neuhaus.

O advogado demoveu alguns jogadores da ideia de uma execução judicial, o que inviabilizaria o condomínio.

Integrante do Conselho de Administração, Irany Sant’anna Júnior explica que a atual gestão preocupou-se em saldar dívidas pendentes com o condomínio desde o ano passado. Segundo ele, isso justifica o desequilíbrio das finanças.

A solução, segundo Irany, se dará em dois ou três meses. O clube pretende renegociar os valores com seu principal patrocinador, o Banrisul, e com a Puma, sua fornecedora de material esportivo.

– Estamos buscando uma solução definitiva para o problema – afirma.

Segundo Irany, a direção tem dado prioridade para o pagamento da folha salarial de jogadores e funcionários e dos impostos, cujo atraso excluiria o clube da Timemania, programa instituído pelo governo federal para saldar débitos históricos das equipes.

ZERO HORA