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 | 08/04/2009 03h10min

Paulo Autuori quer o Grêmio, mas árabes resistem em liberá-lo

Em caso de outra negativa, o clube tentará Renato Portaluppi

Leandro Behs e Luís Henrique Benfica  |  leandro.behs@zerohora.com.br; luis.benfica@zerohora.com.br

O Grêmio aguarda por um telefonema de Paulo Autuori, nesta quarta, para anunciar o substituto de Celso Roth. Mas já sabe que o xeque do Al-Rayyan, do Catar, não pretende liberá-lo antes de maio de 2010. Autuori pretende fazer nova tentativa. Em caso de outra negativa, o clube gaúcho se volta para Renato Portaluppi.

Terça à noite, em Doha, Autuori e um representante jantaram com o xeque Abdullah bin Hamad Al Thani, em seu palácio. Al Thani é dono do Al-Rayyan e mostrou-se resistente à ideia de liberar o técnico. Está disposto a fazê-lo cumprir o contrato até o final, em maio de 2010. Autuori deseja voltar ao Brasil e hoje realizará nova investida para receber liberação.

Assim, o nome de Renato ganha a dianteira na corrida pela sucessão de Roth. Ao final da vitória sobre o Aurora, a torcida gritou seu nome. Ney Franco, do Botafogo, foi citado nos bastidores como alternativa.

A verdade é que não há consenso na direção do Grêmio quanto ao novo técnico. Mesmo levado em consideração, o apelo do ex-presidente Fábio Koff em favor de Renato não foi suficiente para definir a situação em favor do herói do Mundial de 1983.

Além de Koff, Renato conta com a simpatia do presidente Duda Kroeff. André Krieger e Luiz Onofre Meira, responsáveis pelo departamento de futebol, gostariam de ver Autuori orientando o time da casamata. Para que o racha não seja caracterizado publicamente, nenhum dos dirigentes assume sua preferência em entrevistas.

Reunido terça pela manhã, o Conselho de Administração, grupo político que atua junto a Kroeff, se posicionou sobre o tema. Curiosamente, o Conselho também está dividido na questão. Parte de seus integrantes sugere que a decisão seja tomada com calma. Se necessário, aguardando até o encerramento da primeira fase da Libertadores, dia 28 de abril, contra o Boyacá, no Olímpico. Entendem que não haveria prejuízo maior se o novo técnico assumisse oficialmente dia 6 de maio, data do primeiro jogo das oitavas-de-final da Libertadores. Nesse caso, Autuori teria tempo suficiente para encerrar seu trabalho no Catar e retornar ao Brasil.

Outro setor, mais identificado com as ideias de Koff, já gostaria de ver o novo técnico na delegação que viaja para o jogo contra o Universidad, quarta-feira, no Chile. Nesse caso, contratar Renato seria o mais conveniente.

– A ideia é fazer as coisas sem pressa, vamos dar um tempinho até o fim da semana, pelo menos – despista o presidente Duda Kroeff.

Nenhum dos técnicos cogitados aceita se pronunciar neste momento. Através dos procuradores, Renato avisa que não gostaria de passar pelo constrangimento de conceder entrevistas e ser descartado depois. Autuori seguiu na mesma linha.

– Não irei me pronunciar sem que haja algo concreto – disse o técnico do Al-Rayyan, por meio de sua assessoria de imprensa.

Aos 53 anos, Autuori está em alta. Depois de treinar a seleção peruana, vitaminou sua carreira e se afirmou na primeira linha conquistando o Mundial de Clubes, em 2005, pelo São Paulo. No Catar, esteve cotado para assumir a seleção.

Autuori joga sábado seu futuro na Liga do Catar

Caso o xeque aceite liberá-lo, o técnico deixaria Doha ao final ao final da Liga do Catar, cuja última rodada está prevista para dia 16. Faltam duas rodadas, e o Al-Gharafa, de Fernandão, lidera com seis pontos de vantagem. O Al-Rayyan e o Al-Sadd, os dois vice-líderes, se enfrentam no sábado. Empate elimina ambos. Se o Al-Rayyan vencer, e o time de Fernandão perder, Autuori precisará ficar para a última rodada, dia 16, contra o Al-Wakra.

O Grêmio, porém, mostra pressa. Nas conversas com Autuori, Krieger revelou desejo de ter o novo técnico para o jogo no Chile. Se o campeonato for resolvido no sábado e o xeque aceitar liberá-lo, o técnico poderia desembarcar em Porto Alegre segunda-feira, a tempo de viajar com a delegação e comandar o time contra o Universidad, quarta-feira.

Para contar com o técnico, o Grêmio ofereceria um contrato até 31 de dezembro de 2010 e salários superiores a R$ 300 mil mensais. Celso Roth recebia R$ 220 mil mensais.

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