| 11/04/2011 22h08min
Em busca da alegria, do show, do espetáculo. Com um elegante termo cinza escuro, Paulo Roberto Falcão chegou ao Beira-Rio exatamente às 16h30min desta segunda-feira, com um objetivo de dar um novo rumo ao time do Inter. O treinador ressaltou desde o início o desejo de recuperar a essência do futebol e buscar um time “solto”. Garante que conseguirá tirar mais do grupo colorado.
– Quero frisar a importância da palavra "alegria". Temos que nos divertirmos com
seriedade. É isso que eu espero – destaca.
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Mas como diferenciar o ídolo Falcão, maior jogador da história do clube, com o cargo treinador? O treinador não vê problema nisso, mas garante que os protagonistas serão os jogadores.
– Não quero ser protagonista, mas participar junto com os jogadores, em uma relação de muito companheirismo. Conheço futebol como alegria. Minha responsabilidade é grande. Tenho uma história nesse clube que ninguém vai apagar. Tenho dois objetivos. Ser campeão e bater o recorde de permanecer mais tempo no clube – discursa.
A busca pelo diferencial. Durante a coletiva, Falcão lembrou do treinador holandês Rinus Michel, o criador da Laranja Mecânica. Para o novo comandante colorado, o Inter dispõe de jogadores inteligentes para promover esse espetáculo.
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– Eu tenho esse objetivo. Vou conseguir? Acho que sim. Eu não quero sofrer como vejo os companheiros sofrendo. Quero ver espetáculo. Isso não é ser irresponsável. Eu quero futebol leve. Quero ir para o túnel e me sentir pronto para me divertir com meus comandados. Acho que, para isso, temos que fazer algo diferente em esquema tático, algo que possa acrescentar – opina.
Falcão convidou pessoalmente seis jogadores para representar o grupo: Bolívar, D’Alessandro, Rafael Sobis, Kleber, Tinga e Guiñazu, que não pode comparecer. O treinador destacou esses jogadores como lideranças e que deseja, junto com ele, alcançar a América e o Mundial – o que não conseguiu na sua carreira como treinador.
– Repito na importância desses cinco atletas que representam o grupo de jogadores. Tive a oportunidade de trabalhar com o pai do Bolívar. Conseguimos na seleção grande amizade. O Tinga conheço há muito tempo. Era amigo do seu empresário, o Tadeu Oliveira, desde a época dos carnavais na juventude. O D’Alessandro é um jogador que tenho grande admiração pela condição técnica. Futebol pra mim é diversão. O Sobis busca ainda melhor condição e tem muita identificação com o clube. Gostaria que o Guiñazu estivesse aqui. Acho que ele reúne um pouco de tudo isso. O Kleber, conheço desde a Seleção, é um cara de muita competência e qualidade. Dizem que as vezes dá uma desligada. Não vai dar não, porque tem muita competência – discursa.
Quebra de protocolo
Logo quando chegou ao Beira-Rio, ao lado de Newton Drummond e Cuca Lima, Falcão já quebrou uma formalidade. Tratou logo de se reunir com a comissão técnica, médicos, preparadores e até rever velhos amigos.
– Em relação aos 15 anos afastado, só o tempo vai dizer. Voltei aqui e me dei conta que o roupeiro é o mesmo, é o Gentil. Então não mudou muito. Quero conversar com os atletas, são jogadores vitoriosos. Estou aqui com cinco campeões da América. Minha maneira de trabalhar é muito simples. O segredo é buscar o equilíbrio, o que se
consegue com jogadores de qualidade – opina.
Como um gol de Libertadores
Depois de 40 minutos de coletiva, Falcão se ergueu, cumprimentou dirigentes, conselheiros e tomou a direção do gramado do Beira-Rio. Como se fosse um gol de Libertadores, ecoou das arquibancadas um grito de comemoração como se fosse gol.
— Ôoooo, o Falcão voltou, o Falcão voltou!
Estreia no sábado
Falcão treinará o Inter pela primeira vez na tarde desta terça-feira. A estreia do novo comandante será no sábado, contra o Santa Cruz, no Beira-Rio, pelas quartas de final do segundo turno do Campeonato Gaúcho.
Pelo discurso, o novo comandante afundará de vez com o esquema 4-2-3-1 de Celso Roth. Sem adiantar as mudanças que fará, Falcão prometeu uma equipe ofensiva, a volta do espetáculo e a busca pelos títulos da Libertadores e Brasileirão. Se vai dar certo ou não, só o tempo dirá.
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