Identificação com o clube, abnegação nos treinos e esforço em campo — tudo isso Carlos Alberto já mostrou com a camisa do Grêmio, desde que chegou ao Olímpico no início de fevereiro. Depois de sete jogos, faltaram, no entanto, boas atuações. No último jogo, no sábado contra o Cruzeiro, Carlos Alberto era o único titular e, num exemplo de prestígio perante o grupo, ainda sustentava a tarja de capitão. No entanto, além de pouco produtivo, foi expulso por simulação, dificultando uma eventual reação do time, que perdia por 1 a 0 (o jogo terminou 2 a 0 para o Cruzeiro). Mesmo com esse recente histórico nada animador, Carlos Alberto deve ir a campo como titular na partida diante do Léon de Huánuco, na próxima quinta-feira, no Peru, pela Libertadores.

Um dos motivos de sua permanência entre os 11 é a confiança de Renato. Nas entrevistas coletivas, o técnico reitera o "crédito" que o meia-atacante tem com ele. Compreensivo, Renato inclusive sinalizou para uma reeducação tática do jogador, que se mostrou desconfortável no losango consagrado pelo treinador em 2010.

— A gente está reeducando o Carlos Alberto. Já tentamos numa função que é difícil ele jogar, então vamos procurar adiantá-lo um pouco mais para ver se ele consegue desenvolver seu futebol. Conheço bem ele, por isso dou crédito — explicou Renato, que comandou Carlos Alberto no Fluminense, no início da carreira do meia.

Foto: Fernando Gomes

Assim como o técnico, Carlos Alberto segue otimista com seu futuro no Grêmio. Para o meia, seu crescimento no time é questão de tempo. Embora considere as críticas justas, ele também pondera o novo posicionamento que lhe foi imposto no início da temporada.

— A crítica tem até razão, mas é complicado para mim. O Renato me deu a oportunidade de jogar numa determinada posição, ia dizer que não iria jogar nela? Eu jogava até no gol e na zaga — questionou, para depois emendar um discurso mais conciliador: — A fase passa, vou vencer aqui — disse o jogador, que no sábado estreou trancinhas azuis no cabelo em homenagem ao clube.

Além da boa relação com Renato, outro fator acabou ajudando Carlos Alberto: com a lesão de André Lima e a carência de bons atacantes no grupo, o técnico deve optar por rechear o meio-campo e deixar Borges sozinho no ataque, retomando o 4-5-1 usado na sua chegada ao Olímpico, em agosto de 2010.

Com Carlos Alberto mais perto do gol, o possível Grêmio no 4-5-1 deve enfrentar o León, na quinta, com: Victor; Gabriel, Rafael Marques, Rodolfo e Gilson; Rochemback, Adilson, Lúcio, Douglas e Carlos Alberto; Borges. O volante Adilson se recupera de uma torção no tornozelo, ainda é dúvida é pode ceder o lugar para o jovem Fernando.