| 04/03/2011 12h04min
A sede do movimento Atletas de Cristo (ADC) fica em São Paulo, mas seus principais expoentes estão em Santa Catarina. A organização tem milhares de adeptos espalhados pelo mundo e já foi presidida por Jorginho, novo técnico do Figueirense, na época em que Silas, comandante do Avaí, era o vice. Müller, treinador do Imbituba, também é uma das referências do grupo.
A organização não é uma igreja ou uma religião. Trata-se de uma associação formada por atletas ou ex-atletas — não necessariamente jogadores de futebol — que seguem a “palavra de Deus”. Isso também não significa que os treinadores que a integram tenham o mesmo método de trabalho ou que misturem isso com a parte profissional, levando as orações ou a Bíblia para dentro dos vestiários.
Eles apenas seguem uma mesma missão e acabam se tornando exemplos pela conduta demonstrada dentro do clube, mas também fora dele.
— Temos que dar exemplo de vida, de honestidade, de família. Não sou treinador-empresário, não tenho acordos. São exemplos que damos no dia a dia — destacou o técnico Silas.
Apesar de ser conhecido pelo lado religioso, ele garante que isso nunca interfere no dia a dia do vestiário.
— Um coisa é separada da outra. Trabalho é trabalho, a fé de cada um é a fé de cada um — afirmou.
Ao lado de Jorginho, com quem mantém amizade de longa data, Silas esteve à frente da diretoria do Atletas de Cristo. A dupla acabou se tornando referência de comportamento para os mais jovens e ainda faz parte do movimento, embora isso não seja obrigatório para que alguém se torne atleta de Cristo.
— Basta aceitar Jesus como referência e seguir os mandamentos da Bíblia — explica o ex-jogador Décio Antônio Corazza, de 49 anos, representante do ADC em Florianópolis.
O ex-atacante que brilhou no Avaí é Atleta de Cristo há 22 anos e comanda as reuniões semanais em sua casa. Participam atletas profissionais e muitos meninos de categorias de base.
— Ensinamos a palavra de Deus e seguimos o que a Bíblia diz — explicou.
• O que eles dizem
Jorginho, técnico do Figueirense
"Quero deixar bem claro que fui contratado como treinador de futebol para o Figueirense, independentemente da religião. Só peço respeito e que me encarem como profissional."
Müller, pastor e técnico do Imbituba
"Na hora do futebol é só o futebol e nada de religião, assim não tem como dar confusão entre uma coisa e outra."
Silas, técnico do Avaí
"Temos que dar exemplo de vida e de conduta no dia a dia, mas sempre separar. Trabalho é trabalho."
Johhny Monteiro, pastor
"Ser atleta de Cristo não é uma religião, é ter Cristo no centro da vida e conhecer e passar os valores que a Bíblia mostra abundantemente."
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