| 17/02/2011 15h12min
Certeiro como se voltasse a alçar bolas para Jardel, Arce tem a receita para o Grêmio de Renato repetir o sucesso do time de Luiz Felipe Scolari, bicampeão da Libertadores em 1995. Lateral e peça-chave daquela equipe colecionadora de títulos, o paraguaio lista três requisitos básicos: a história do clube, o fator local e a formação de um grupo fechado. Nesta quinta-feira, os comandados de Portaluppi já podem colocar as dicas em prática, contra o Oriente Petrolero.
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Assim foi há quase 16 anos. Hoje com 39 anos, Franciso Javier Arce Rolon lembra com indisfarçável orgulho os confrontos contra o Palmeiras, nas quartas de final. Para ele, foram o grande entrave na campanha vitoriosa do bi. Para suplantar nomes como Cafu, Roberto Carlos e Rivaldo, a sintonia no vestiário era fundamental.
— Em 1995, o adversário mais difícil foi o Palmeiras. Mas já tínhamos montado uma "grande família", um timo muito coeso e com uma mistura boa em termos de qualidades de jogadores — conta Arce, por telefone, direto de Assunção, após comandar mais um treino do Rubio Ñu, clube no qual é técnico desde 2008.
Mesmo com poucas notícias do atual time do Grêmio, Arce rapidamente se lembra do novo dono da camisa 2 tricolor. Ao cobrir Gabriel de elogios, o ex-jogador recorda um encontro entre os dois, num Palmeiras x São Paulo. Foi no distante 2002, um jogo, talvez menos de 90 minutos, mas o diagnóstico sobre o atleta sai instantâneo, como se o tivesse analisado ontem.
— Comparando comigo, são estilos diferentes. Eu era um cruzador de bola, ja ele é de fazer a diagonal, carregar a bola, buscar o tabelamento. Ele também chuta mais a gol — comenta Arce, que promete assistir hoje a Grêmio x Oriente Petrolero, a partir das 19h45min.
Toda essa capacidade de observação não se dá à toa. Como um bom lateral, ávido por prever os movimentos do atacante na área antes de cruzar, Arce se prepara desde os 22 anos para ser técnico de futebol. Ainda jovem, anotava conceitos táticos, ouvia seus técnicos com incomum atenção, os tomava como exemplos. Hoje, cita Felipão e seu "jeito especial" de manejar um grupo de atletas. Arce também se define como um técnico participativo à beira do campo.
— Tento sempre me aprofundar, aprender coisas novas e intervir no campo quando vejo algo errado. Sou apaixonado pelo que faço.
Os resultados também apontam um profissional em ascensão. No seu primeiro e único clube até então, o modesto Rubio Ñu, ele tirou o time da segunda divisão logo no primeiro ano. Na temporada seguinte, em 2009, perdeu o título do Campeonato Paraguaio na penúltima rodada, mas levou o troféu de melhor técnico do país, onde atende por "Chiqui". Engajado, pretende cumprir o contrato, que finda em dezembro, a despeito do assédio do poderoso Cerro Porteño.
Treinar um clube brasileiro surge como um caminho natural, projeta Arce. Em sua cabeça, passam de imediato as opções de Grêmio e Palmeiras, clubes pelos quais nutre carinho fora do comum. Multicampeão como lateral, sua ideia é, no futuro, abrir novamente as portas do Olímpico e do Parque Antarctica, mas de uma maneira diferente, na casamata. Pelo carinho dos torcedores ao se lembrarem dele, não deve precisar. As portas jamais lhe foram fechadas.
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