| 27/11/2010 08h12min
Rapaz de origem humilde, criado no Bairro Restinga, de Porto Alegre, Paulo César Fonseca do Nascimento, o Tinga, 32 anos, é um dos símbolos do Inter. Articulador do meio-campo, é o jogador de confiança de Celso Roth para o Mundial, por vários motivos: possui técnica, garra e, principalmente, experiência.
Mesmo que seja identificado com o clube vermelho, Tinga iniciou a carreira no arquirrival. Oriundo das categorias de base do Grêmio, surgiu com Ronaldinho, hoje no Milan, da Itália. Por pouco, entretanto, não largou o futebol: aos 16 anos, seus familiares passavam por dificuldades.
– Na concentração, pra mim não faltava nada, mas em casa as coisas não estavam legais. Achei que o melhor era trabalhar, largar o futebol, mas minha mãe deu força para eu continuar – lembra.
Se pudesse, não mudaria nada
Mesmo que tenha passado por dificuldades, Tinga não mudaria nada em sua trajetória. Lembra com emoção da adolescência, dos tempos em que acompanhava a mãe, Nadyr, no Teresópolis Tênis Clube.
– Eu morava no Grêmio. A rotina era concentrar, treinar e fingir que estudava. Se pudesse escolher, seria exatamente igual. Eu ia ao Teresópolis só para comer. Minha mãe era faxineira lá – acrescenta.
Nadyr é o ícone da vida de Tinga. A determinação da mãe é o espelho da sua carreira de sucesso. Ainda hoje, moram próximos, na zona sul de Porto Alegre.
– A primeira casa que comprei, dei para a minha mãe. Como se fosse uma devolução. Ela trabalhava em festa, na madrugada. No mesmo dia, às 8h, estava de pé – disse.
Casado com Milene há 13 anos, o atleta tem dois dois filhos: Davis, oito anos, e Daniel, três. O mais velho quer ser jogador de futebol.
– E quem não quer? Acho que toda criança tem esse sonho – explica o pai coruja.
Meia ou atacante?
Em 1997, Tinga foi lançado no Grêmio pelo técnico Hélio dos Anjos, como atacante. Na primeira partida como titular, fez um gol de placa, diante do Sport, em que driblou quatro adversários.
– Quando subi, não sei se dei sorte ou azar. Dei um chapéu no meio-campo, driblei todo mundo. Os caras achavam que eu era atacante! – sorri.
Após passar pelo futebol japonês, foi emprestado ao Botafogo, ainda no ataque – até que, em determinada partida, entrou como volante e ali ficou.
– Quando estava na reservas do Botafogo, um volante se machucou. Joel Santana perguntou se eu poderia fazer a função.
– Pô, nasci fazendo! Eu queria era jogar – conta.
Momentos marcantes no Inter
Tinga chegou ao Inter em 2005. O time, forte, lutava pelo título do Brasileirão contra o Corinthians. No 20 de novembro daquele ano, foi derrubado pelo goleiro Fábio Costa na área. O árbitro Márcio Rezende de Freitas julgou simulação e ainda expulsou o colorado. Posteriormente, admitiu o erro.
A recompensa pelo sofrimento tardou, mas veio. Na Libertadores de 2006, marcou o gol do título do Inter, no Beira-Rio, contra o São Paulo. Na comemoração, levantou a camisa e recebeu o vermelho.
Depois da conquista, foi para o alemão Borussia Dortmund, e deixou de disputar o Mundial. Ficou a dívida com a torcida. De volta, ele promete tentar o bi para o clube.
– Quem não quer estar no Mundial? Já perdi uma oportunidade e não quero ficar fora de novo – frisa.
Perfil:
Nome: Paulo César Fonseca do Nascimento
Data e local de nascimento: 13/1/1978, em Porto Alegre
Comida preferida: Arroz, feijão e churrasco
Filme preferido: Tropa de Elite
Último filme que viu: O Livro de Eli
Jogo inesquecível: A final da Libertadores de 2006, quando o Inter foi campeão em cima do São Paulo.
Onde passa as férias: Quando estava na Alemanha, passava em Porto Alegre. "Desta vez, vou para Imbé."
Ídolos no futebol: Dunga e Ronaldinho
Ídolo na vida: A mãe, Nadyr
Se não fosse jogador de futebol, seria? "Não sei, mas seria bom em alguma coisa!"
Escolaridade: Ensino médio incompleto.
Pior situação que passou em campo: "Perder a final da Copa da Alemanha, na prorrogação, para o Bayern."
Música preferida: Não tem um gênero predileto.
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