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 | 27/11/2010 08h11min

Um ano após deixar o Grêmio, Tcheco sonha em voltar como dirigente

"Seria um sonho", diz meia, que segue recebendo cartas e palavras de apoio de gremistas

Lucas Rizzatti  |  lucas.rizzatti@zerohora.com.br

Depois de 13 minutos, a conversa ao telefone para. Direto de Curitiba, Tcheco não responde mais do outro lado da linha. Segundos depois, volta-se a ouvir a voz do meia, mas com um assunto completamente diferente.

— Recebi agora aqui uma cartinha — explica-se. — É de umas meninas que sempre me acompanharam no Grêmio. Elas são de Santa Maria. Vou mandar uma camisa do Coritiba para elas.

Veja a reportagem com Tcheco no RBS Esportes


Rosto estampado na camisa / Fotos: Valdir Friolin e Daniel Marenco

Faz um ano que Anderson Simas Luciano deixou o Grêmio. Assim como Maria e Eduarda, outros fãs saudosos mandam mensagens de apoio ao jogador. A última partida de Tcheco no Olímpico foi no dia 29 de novembro de 2009. Antes de ingressar no segundo tempo, recebeu placa e até uma camiseta personalizada.

— Acho que não houve outro jogador no Grêmio que teve seu rosto estampado numa camisa — orgulha-se.

Atencioso, Tcheco garante acolher em seu escritório todos os presentes já recebidos de fãs. Mas a emoção daquele Grêmio 4x2 Barueri está marcada, mais do que qualquer lembrança material. Se, em termos de tabela, o jogo pouco importava, valia muito para o então camisa 10:

— Está tudo guardado na memória.


Meia recebe placa do presidente Duda / Foto: Daniel Marenco

Hoje, Tcheco veste o verde do Coritiba, clube de sua terra natal. No fim de 2009, deixou o pátio do Olímpico e embrenhou-se no complexo mundo do Parque São Jorge. Com a confiança de Mano Menezes, carregou a 8 no ano do centenário do Corinthians. Obsessão de uma torcida exigente, a Libertadores virou pó nas oitavas. Para Tcheco, sofrimento em dobro devido a uma lesão, que o tirou do campo por dois meses e meio. Quando voltou, Mano já trajava o abrigo da CBF e Adilson, o novo técnico, dispensou seus serviços durante oito jogos seguidos. Desprestigiado, apertou a mão alviverde que lhe foi estendida. Em setembro, voltava ao Coritiba, depois de oito anos.

Na campanha vitoriosa do Coritiba na Série B, Tcheco foi mais suplente do que titular em seus 12 jogos. Identificado com o time, o meia é considerado o 12º jogador. Não fez gol, mas deu passes decisivos. Como na partida que confirmou matematicamente a ascensão do Coxa à Primeira Divisão. Em São Januário, o time empatava em 2 a 2 com o Duque de Caxias até Tcheco, egresso do banco, driblar três defensores e lançar Marcos Aurélio, que marcou o terceiro gol.

— Cheguei num time pronto. Quando os titulares se recuperaram de lesão, voltei para a reserva — diz Tcheco, sem raiva ou mágoa, mas certo de que deu sua contribuição. 


Tcheco deu passes para gols decisivos / Foto: Divulgação

Com igual serenidade, Tcheco já vislumbra sua aposentadoria. Mesmo rodeado por cartas, palavras de apoio e presentes de gremistas, o desfecho de sua carreira nos gramados, iniciada em 1994, deve ser mesmo o Coritiba.

— Minha intenção é jogar até o fim do ano que vem. Um retorno ao Grêmio seria complicado agora. O Coritiba abriu as portas para eu voltar, provavelmente vou ficar aqui — projeta Tcheco, emprestado pelo Corinthians, mas que, ao final da temporada, será dono de seus direitos federativos.

Tcheco até pode mirar o encerramento no Coxa, mas se despe das obrigações profissionais quando declara seu time do coração. Nascido no Paraná, ele confessa não torcer para o Grêmio desde criancinha. Se as imposições geográficas o limitaram na infância, hoje Tcheco se diz feliz por poder escolher o seu clube predileto.

— Não sei o que tenho com o Grêmio, me sinto mais do que em casa. Eu escolhi o Grêmio para ser o meu time do coração.


Festa no retorno à Série A / Foto: Divulgação

Aos 34 anos, sua meta é permanecer no futebol, depois de encerrar a carreira. Um retorno ao Olímpico em um cargo de gestão? Essa hipótese já fora aventada tempos atrás. Tcheco não a refuta, mas tem ressalvas. Zeloso, o meia prefere estudar, fazer cursos, para depois aceitar um eventual convite. 

— A gente até brincava, quando eu estava para sair aí do Grêmio, que eu voltaria depois, em outro cargo. Mas (gestão) é uma coisa muito séria.

Em dezembro, a preparação já começa. Com uma viagem à Nova Zelândia, o meia pretende estudar inglês. O primeiro passo está dado. Se a oportunidade de trabalhar no Grêmio vai surgir ou não, é outra história. Mesmo pisando no movediço terreno das hipóteses, Tcheco é incisivo sobre a ideia:

— Seria um sonho.

Para Maria, Eduarda e outros gremistas, também.



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