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 | 25/11/2010 09h14min

Reserva em Yokohama, Renan vai mais maduro para Abu Dhabi

Dono da camisa 1 chega com experiência acumulada no clube, no Exterior e nas seleções de base

Christiane Matos  |  christiane.matos@diariogaucho.com.br

Dezembro tem tudo para ser o mês mais importante dos 25 anos de Renan. Dono da camisa 1 colorada, ele terá a chance de ser campeão do mundo e, ao voltar de Abu Dhabi, realizará o sonho de ser pai. Sofia, oito meses, tem chegada agendada para o dia 26 do próximo mês, quando, planeja o pai, o planeta estará pintado de vermelho.

– Será o mês mais especial, com dois fatos marcantes na minha vida. Tomara que ela não apresse a chegada – conta Renan, pai pela primeira vez.

Mais da metade da vida no Inter

A possibilidade de perder o nascimento do primeiro filho não o preocupa. A mulher, Natasha, já está acostumada à rotina do marido e entende a circunstância especial: diferentemente de 2006, quando Renan assistiu à conquista do Mundial do banco de reservas, agora ele projeta ser protagonista do bi.

– Me preocupei em dar o melhor nos trabalhos, e espero que esse esforço se transforme em boas atuações – avalia.

Criado na base do Inter, Renan, mais do que prata da casa, é colorado de coração. Gaúcho de Viamão, sabe como poucos a importância que o bi Mundial terá na história do clube. Com 14 anos de Inter, passou mais da metade da vida dentro do Beira-Rio.

– Quando comecei aqui, era outra a realidade – recorda.

Paixão por luvas veio do irmão

A trajetória de Renan no Colorado começou por acaso. Quando pequeno, acompanhava treinos do irmão mais velho, Ivan, nas categorias de base. De tanto observá-lo no gol, pegou gosto pela camisa 1. Aos nove anos, incentivado por diretores da escolinha, passou no teste.

– Morei durante dois meses no alojamento, quando fui para o time juvenil (sub-17), que treinava em dois turnos. Passei de tudo, mas nunca desisti. Sempre fui determinado - conta.

"Tudo veio no momento certo"

A dificuldade financeira da família por pouco não atrapalhou os planos. Moradores de Gravataí, o pai Alberto, empregado da indústria automotiva, não podia pagar passagens de ônibus para os dois filhos treinarem no Beira-Rio.

– Foi a fase mais difícil. Sorte que o clube ajudou! Nunca faltou nada em casa, mas não tínhamos luxo. Verão, por exemplo, era em casa mesmo – lembra.

Renan subiu para o profissional do Inter aos 20 anos, depois de se destacar na base da Seleção.

– Tudo veio no momento certo. A Seleção me deu experiência – acredita.

Em 2008, conquistou o bronze nas Olimpíadas de Pequim e foi vendido para o Valencia. No melhor momento, titular do time espanhol, sofreu uma lesão na coxa direita e foi emprestado ao Xerez, do mesmo país, após meses de tratamento:

– Fui bater um tiro de meta e, depois do chute, senti a perna como se estivesse solta no corpo. Perdi o segundo turno inteiro.

Diferentemente dele, o irmão não se profissionalizou. Jogou nas bases de Juventude e Santa Cruz, e hoje é auxiliar técnico de futebol.

Caseiro e maduro

Renan olha nos olhos do interlocutor. De personalidade forte e com a autoridade de quem conhece todo canto do Beira-Rio, tem o respeito e a confiança dos colegas.

Fora do estádio, garante ser caseiro. Adora ver filmes: relata ver ao menos um por dia. E gosta de ler.

– Meu programa preferido é ficar em casa com a família – conta.

O recente momento turbulento pelo qual passou, devido às falhas em campo, não o abalou. Aos 25 anos, Renan mostra maturidade e, principalmente, autoconfiança:

– Em alguns jogos, não rendi o que eu mesmo esperava. As cobranças foram normais. Disputar um Mundial é uma oportunidade ímpar, e estou pronto.

Saiba mais do ídolo

- Nome: Renan Brito Soares
- Data e local de nascimento: 24/1/1985, em Viamão
- Comida preferida: Massa
- Filme preferido: "Qualquer um policial."
- Último livro que leu: Transformando Suor em Ouro, do técnico Bernardinho Rezende, da Seleção Brasileira masculina de vôlei
- Jogo inesquecível: "A final da Libertadores deste ano, contra o Chivas."
- Onde passa as férias: Litoral gaúcho
- Ídolo na vida e por que: "Meu pai, Alberto, que trabalhou a vida inteira para não nos faltar nada e nos passou os valores mais importantes."
- Ídolo no futebol: Taffarel, ex-goleiro do Inter e da Seleção
- Se não fosse jogador de futebol, seria...? Fisioterapeuta
- Grau de escolaridade: Superior incompleto (começou a cursar Educação Física)
- Pior situação em campo: "Quando me lesionei no Valencia (rompeu ligamentos da coxa direita)."
- Música preferida: "Gosto de Jack Johnson."

DIÁRIO GAÚCHO
 

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