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"Não vou poder ver você jogar... mas tua mãe e teus irmãos estarão ao teu lado quando esse dia chegar". Com essas palavras, em meio ao choro, o pai de Wilson Matias, Irineu, projetou o futuro de sucesso do filho no futebol.

Falecido há 12 anos, vítima de um câncer, ele não teve tempo de ver a primeira partida de Matias como profissional, pelo União São João, em 2003.

– Foi o momento mais marcante da minha vida. Meu pai sabia que não ia viver muito. Ele era policial e eu nunca o havia visto chorar. Aquilo me deu força para nunca desistir – lembra o volante colorado.

Antes da bola, o atletismo

Caçula, Matias sempre gostou de esporte, por influência dos irmãos – Emerson, Anderson, Elvis e Daiane. Antes de fazer teste para as categorias de base do União, por insistência de um amigo, o volante arriscou- se no atletismo.

Foi o treinador do irmão Elvis que convenceu o guri a correr.
– Sou uma pessoa realizada, pois chegar até aqui não foi fácil. Consegui graças à minha família. Meus irmãos me emprestavam tênis e roupas para treinar. Hoje, posso retribuir – revela.

Orgulho para a família

A infância sem luxos, mas sempre com comida na mesa, foi graças ao esforço da mãe Benedita, doméstica, e do pai, policial militar. Os irmãos Emerson e Elvis também tentaram a vida da bola, mas não conseguiram.  Por isso, ver Matias com a 8 do Inter é o orgulho da família.

– Como tenho uma condição melhor, hoje ajudo meus irmãos e mantenho minha mãe – orgulha- se.

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