| 14/10/2010 07h13min
No meio da tarde, toca o telefone. Era o assessor de imprensa do Grêmio, Victor Rodrigues. O presidente Duda Kroeff havia lido a coluna de ontem, na qual somei as cotas de 2011 que a atual direção antecipou para alcançar dezembro em dia.
O presidente eleito Paulo Odone receberá o clube com cerca de R$ 15 milhões a menos: R$ 10 milhões do Brasileirão (50% do total, máximo permitido pelo regulamento) e R$ 4,5 do Gauchão (100%). Há, ainda, pagamentos da Puma, fornecedora de material esportivo.
Duda é um homem cordato e, o mais importante nos ambientes democráticos: recebe a crítica de maneira civilizada, sem sobressaltos. No caso da coluna, nem era uma crítica exatamente, mas o presidente queria falar sobre o assunto.
Eis o que ele queria dizer:
— Fizemos antecipações de receita, sim. Só tem o seguinte: eu recebi o Grêmio do mesmo jeito. As receitas do Brasileirão também estavam comprometidas em até 50%. Mais: jogadores foram vendidos antes de eu assumir, e cito o Felipe Mattione, sem que eu fosse consultado.
Duda ressalta que antecipar receitas é prática comum e legal, conforme salientei ontem. Todos, ou quase todos, fazem.
Mas em troca de gestão é injusto. Se um dirigente será cobrado pelo que fizer num período, que tenha direito a todas as receitas daquele exercício, na largada do mandato.
É um problema da legislação, que permite. Por fim, outra informação: o adiantamento da Puma, prêmio pela assinatura do contrato, foi de R$ 2 milhões - repartidos em prestações até 2014.
- Haveria problema se fosse um exagero de antecipação. Paguei muita conta que recebi no Grêmio. E não reclamei - finaliza o presidente.
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