| 03/10/2010 13h16min
Durante o Mundial masculino, na Itália, muitas seleções reclamaram do formato de disputa. No grupo do Brasil na segunda fase, por exemplo, quem saísse na segunda posição fugia de um confronto com Cuba e Espanha, equipes consideradas fortes, para enfrentar República Tcheca e Alemanha.
Ciente desta situação, a seleção brasileira foi acusada pelos torcedores de aliviar na partida contra os europeus, e acabou derrotada. Publicamente, os brasileiros não esconderam a revolta e a insatisfação com o regulamento do campeonato, que acaba premiando a equipe que perde.
Alguns especialistas comentaram a derrota do Brasil e o sistema de disputa do campeonato com base na seguinte pergunta:
Um torneio que premia, em alguns casos, mais a derrota do que a vitória, perde a credibilidade?
Maurício (Ex-levantador da Seleção)
— É óbvio. O regulamento é vergonhoso, esdrúxulo e favorece a Itália. Um Mundial neste formato não pode ser sério. O regulamento permite que um time perca cinco jogos e ainda seja campeão mundial. Como isso? O Brasil jogou com o regulamento nas mãos, e não foi só o Brasil. A derrota da Rússia para a Espanha é normal? Estados Unidos perderem para a República Tcheca é normal? Claro que não!
Giovane (Ex-jogador e Técnico do Sesi/SP)
— Este Mundial vai ser ridicularizado, lembrado como o torneio mal organizado. É claro que não é o formato ideal, se não o feminino também seria disputado assim. Foi feito para beneficiar a Itália, sem dúvidas. Em condições normais, em um regulamento normal, este time da Itália não passava da segunda fase.
— Nunca vi um regulamento que não beneficia quem chega em primeiro, quem ganha os jogos. Acho que o Mundial começa pra valer na segunda-feira, agora não dá mais para perder. Não adianta nós ficarmos criticando o regulamento mais. É assim, já está decidido.
— Se eu fosse jogador do Bernardinho e ele me pedisse para entregar o jogo, eu também entregaria. Ficou claro que o Brasil perdeu de propósito, eu também faria isso nesta situação. Cada um interpreta da maneira que quiser. Os times são profissionais, estão ali para ser campeão.
— Agora, é o mundo contra o Brasil. Temos de nos unir e vencer o mundo.
Mauro Grasso (Técnico do Pinheiros/Sky)
— Sem dúvidas. Fica uma imagem muito ruim, mas a culpa é de quem fez este regulamento. Sem falso moralismo, o regulamento foi feito pela Federação Italiana. O Brasil protestou antes da competição, mas foi voto vencido. Então, tem de ver todos os lados da situação. O Brasil teve de unir o útil ao agradável deixando o Bruninho de fora do jogo. De repente, não valia a pena forçar o jogador na partida sendo que ele estava em condições físicas limitadas.
Fofão (Levantadora do Fenerbahçe)
— Acho que sim. O vôlei é muito respeitado por ser sério. Não pode entrar neste tipo de confusão. É uma situação triste. O regulamento é confuso, favorece muito a Itália. O Brasil, por ter ganho tudo nos últimos anos, acaba prejudicado. Ninguém quer nos ver no pódio mais uma vez. Mas também temos de ver que não foi só o Brasil que não entrou bem. A Bulgária, por exemplo, entrou com o time reserva. E ninguém fala nada? É triste ver o Brasil sendo vaiado, sendo julgado por uma situação em que vários times estão errando por culpa da Federação Internacional.
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