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 | 01/10/2010 10h35min

Em quatro meses como diretor do Fla, Zico conviveu com problemas e críticas

Nesta sexta-feira, Galinho anunciou em site sua saída do clube

A chegada de Zico no Flamengo foi cercada de expectativa por parte de torcedores, que viam no Maior Ídolo da História do Clube, a única saída para construir um clube melhor estruturado, organizado e com maior credibilidade. Como não gozava de mesmo prestígio em parte da cúpula de futebol, o Galinho tentou priorizar o trabalho a longo prazo, fortalecer as divisões de base e possibilitar a todas as categorias um Centro de Treinamento à altura do clube.

Em quatro meses, entretanto, o dirigente se deu conta de que a tarefa de erguer o Rubro-Negro não seria tão fácil. Para conseguir implantar uma filosofia de trabalho diferente das gestões passadas, Zico teria de enfrentar as pessoas ligadas ao poder do clube. Mas, num clube do tamanho do Fla, o planejamento a longo prazo tem de andar junto com os resultados obtidos em campo. O que não ocorreu. No Brasileiro, o time briga contra o rebaixamento.

Problemas nos quatro meses

Quando chegou ao clube, no dia 1 de junho, 11 dias após a eliminação traumática nas quartas de final da Libertadores, Zico teve de conviver e buscar alternativas para as saídas de Adriano e Vagner Love, artilheiros do time no primeiro semestre. Além disso, Gil, Dênis Marques, Bruno Mezenga e Paulo Sérgio deixaram o time. Como consequência, o técnico Rogério Lourenço só tinha as opções de Diego Maurício e Vinicíus Pacheco, que na verdade é apoiador. Ainda teve de contornar a grande repercussão do envolvimento de Bruno no desaparecimento de Eliza Samudio.

Diante do problema, o dirigente teve de buscar no mercado atacantes para compor o elenco. Contratou Val Baiano, vice-artilheiro do Brasileiro 2009, com 18 gols, atrás apenas de Adriano e Diego Tardelli, a fim de resolver momentaneamente o problema do ataque. À pedido de Rogério, apostou em Cristian Borja, destaque do Caxias. Resolveu ainda dar uma nova chance para Leandro Amaral.

A gota d'água para demissão

Além de não darem certo no campo, as contratações prejudicaram a já conturbada relação com a oposição do Flamengo. Nestas tentativas frustradas, aliás, que a oposição usou de argumento para proferir críticas ao diretor. Chegou-se até ser insinuado a participação dos filhos de Zico nas contratações de Cristian Borja e Val Baiano. Um dos motivos alegados pelo próprio dirigente de desgastar a relação com o trabalho no Fla.

Pressionado pela má campanha do time no Brasileiro e o mau desempenho do ataque, Zico contratou nomes de destaques na Europa como Deivid e Diogo para tentar solucionar o problema. Até o momento, no entanto, os altos investimentos não se justificaram. Diogo ainda não marcou gol, e Deivid, claramente fora de forma, oscila entre bons e maus momentos.

Na quinta-feira, Zico mostrou mágoa com a desconfiança do Conselho Fiscal em relação à parceria com o CFZ. Na entrevista, Zico fez uma forte revelação:

— Aos poucos, o Zico e o Flamengo, o amor está acabando — afirmou o maior ídolo do clube, antes de anunciar oficialmente seu desligamento em seu site.

LANCEPRESS
Márcio Feitosa, VIPCOMM  / clicRBS

Zico conta com apoio e mobilização da torcida do Flamengo pela internet
Foto:  Márcio Feitosa, VIPCOMM  /  clicRBS


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