Se fosse possível entregar o prêmio de craque da vitória do Grêmio por 1 a 0 sobre o Guarani a cada um dos gremistas que foram ao Olímpico, aí estaria uma justa homenagem.

Cobrei a semana toda a ausência do torcedor, depois daqueles vexatórios 13 mil e poucos da derrota para o Santos. Cheguei a dizer que só a chuva justificaria público inferior a 20 mil ontem à noite.

Pois choveu a valer, esfriou um bocado e 30 mil empurraram o time. Um show.

Pergunta: o Grêmio venceria sem a sensação de estádio cheio, com o segundo tempo sofrível que fez, no qual o Guarani para cima e por pouco não empatou? Claro que não.

O torcedor foi decisivo.

Quando o time cedeu espaço e correu sério risco de não ganhar outra vez, o canto da arquibancada se elevou e manteve o Grêmio ligado na tomada.

A promoção "pague um, leve dois" ingressos funcionou. E deve continuar.

Não seria justo ela tornar-se episódica, só para situações dramáticas. Depois da resposta positiva, é justo que ela permaneça ao menos por mais algumas rodadas no Olímpico. Ou, quem sabe, em horários noturnos.

O jogo foi parelho. O Grêmio melhor no primeiro tempo, o Guarani superior no segundo.

Victor, novamente, segurou as pontas quando a defesa vazou. Uma atuação mediana, nada além disso. Mesmo com o retorno de Adilson ao meio-campo, o problema mais grave prossegue.

Souza e Douglas, juntos, marcam pouco e comprometem todo o sistema defensivo. Termina estourando lá atrás.

Os 30 mil heróis que foram ao Olímpico deixaram este recado claro ao técnico Renato Portaluppi. Vaiaram Douglas e Souza quando eles foram substituídos por Leandro e Neuton.

Foi a forma encontrada para apoiar o time sem abrir mão da crítica. Renato devia pensar nisso e reforçar o meio-campo.

O Botafogo, que ontem venceu o Prudente em São Paulo, não é o Guarani e espera o Grêmio no domingo àvido para manter a ótima campanha: é o 3º colocado, com 30 pontos. 

 


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