| 16/08/2010 05h16min
Coube a Guiñazu, o mais bem acabado exemplo de garra e de entrega ao time, a síntese do espírito que o Inter pretende alimentar na contagem regressiva até a final histórica de quarta-feira, quando poderá reconquistar a América e ser bicampeão. Acontece que ele está com o tornozelo esquerdo inchado. Nem treinou ontem. É dúvida para a grande decisão.
Quer dizer, mais ou menos dúvida. Se fosse qualquer outro jogador, os médicos estariam de cabelo em pé. Mas como é Guiñazu, que já disputou Gre-Nal 13 dias depois de se submeter a uma artroscopia no joelho, o médico Carlos Poisl deixou o vestiário do Beira-Rio ontem na maior serenidade. Comia uma maçã. E olha que Poisl nem tinha ouvido o diálogo relâmpago minutos depois:
— E aí Guiñazu, está muito inchado? — pergunta o repórter.
— Um pouco — responde o volante, enquanto se despedia, desejando bom resto de domingo aos funcionários.
— Foi uma pancada?
— Pior do que isso: ligamento.
Guiñazu prosseguiu caminhando até o seu carro, estacionado logo à direita de quem sai do vestiário Frederico Arnaldo Ballvé, cujo nome de batismo é uma homenagem ao dirigente, cérebro dos “mandarins” dos anos 70. Antes da partida, sobrou tempo para a perguntar mais importante.
— Para quarta-feira? É dúvida?
A resposta fica mais compatível com o tom da resposta, em espanhol:
— Fuera? Só se me cortarem la pierna.
Poisl explica que, a rigor, a classificação “dúvida” se encaixaria perfeitamente: tornozelo inchado a 72 horas para um jogo estressante e decisivo. Só que Guiñazu é outra história, tal a capacidade de recuperação, resistência à dor e força de vontade do volante.
— Se fosse qualquer outro, estaríamos bem preocupados. Mas o Guiñazu é impressionante — disse o médico.
Além de Guiñazu, também Sandro não treinou. Como reclamou de dores nas pernas, correu e foi para o vestiário receber massagens. Todo o cuidado é tomado quando falta pouco para o Inter beijar o nirvana. Se empatar com o Chivas quarta-feira, levanta a taça do bi da América. Por isso, se preservar é a ordem até o dia da partida. Sandro é um dos mais escalados e um dos menos substituídos.
— Joguei o Gre-Nal e, em seguida, a semifinal contra o São Paulo no Morumbi — lembrou o volante Sandro. — Não tem motivo para arriscar.
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Em audioslide, o brilho da estrela de Giuliano:
Vídeo especial: o caminho do Inter até a decisão
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