| 01/08/2010 08h10min
O termo Gre-Nal foi inventado pelo jornalista Ivo dos Santos Martins, que já estava cansado de ter que escrever por extenso os nomes dos dois clubes. A rivalidade entre os clubes nasceu no ano de 1909, quando ocorreu o primeiro jogo entre os dois times.
Com seis anos de experiência a mais que o rival, o Grêmio liderou as estatísticas nos primeiros anos de disputa. O Inter assumiu a vantagem no clássico de número 89, quando derrotou o Tricolor por 4 a 2. Esta era a época do Rolo Compressor. Depois disto, os colorados nunca mais perderam a dianteira no duelo.
Ao longo destes mais de 100 anos de confrontos, muitos tornaram-se históricos. Abaixo, conheça a história de alguns mais antigos:
O 1º Gre-Nal
Ao desembarcarem em Porto Alegre, os três irmãos Poppe procuraram o melhor time da cidade até então, já que praticavam o esporte em São Paulo e gostariam de seguir fazendo o mesmo em solo gaúcho. Esta equipe era o Grêmio, que havia sido fundado seis anos antes. Como foram rechaçados, por serem desconhecidos e não conhecerem ninguém de influência, decidiram criar o Sport Clube Interacional.
Mesmo com o primeiro presidente do clube, João Leopoldo Seferin, sendo contra, o desafio contra o poderoso Grêmio Porto-Alegrense foi feito.
Naquela época, cada tempo tinha duração de 40 minutos, às vezes, só meia-hora, com um intervalo de 10 minutos. Booth, foi o autor do primeiro gol em um Gre-Nal. Ele ainda marcaria mais quatro, sendo o restante dos tentos marcados por Júlio Grünewald (4 gols) e Moreira (1 gol), totalizando o placar em 10 a 0 para o Grêmio[18], a maior goleada da história dos Grenais.
O 2ª jogo e a primeira briga
O Grêmio chegou ao segundo clássico como franco favorito. Havia vencido suas duas últimas partidas por 8 a 0 e 7 a 1. No dia 17 de julho de 1910, um domingo, os times se enfrentaram mais uma vez. Com uma novidade, pela primeira vez, redes foram colocadas para evitar o bate boca sobre se a bola havia entrado ou não.
Booth, que havia marcado quatro gols no primeiro clássico, foi o pivô da primeira briga em Grenais. Depois de driblar toda a defesa colorada, o gremista levou um pontapé de Volksmann, zagueiro colorado que já não suportava mais aquela falta de respeito. Foi o suficiente para fechar o tempo. Por muito pouco o jogo não foi encerrado ali mesmo.
NO final, mais uma vitória do grêmio. Desta vez de 5 a 0. Dois gols de Booth, um de Mostardeiro, um de Geyer e outro de Moreira.
O início do Rolo Compressor
O clássico era amistoso. Marcaria a despedida do craque gremista Luiz Carvalho, considerado o melhor jogador gaúcho da época. Mas para os colorados marcou ainda mais. Foi o início de novos tempos para o lado do Inter.
Para homenagear Luiz Carvalho, os gremistas ficaram comemorando até a manhã do dia do jogo. Enquanto isto, os colorados se preparavam da melhor forma possível. Em campo, um massacre vermelho e branco. O placar terminou em 6 a 0 e o árbitro ainda anulou outros cinco gols. A alegação dele foi que dois foram marcados com a mão e outros três em impedimento.
Indignado, o então presidente do Inter, Ildo Meneghetti, questionou o árbitro Álvaro Silveira:
– Por que anulaste tantos gols?
– Era muito gol para um Gre-Nal – respondeu o juiz.
A inauguração do Estádio Olímpico
O Grêmio inaugurava o Olímpico, um estádio de dar inveja, com capacidade inicial para 38 mil pessoas bem acomodadas. Três dias depois de bater o Nacional do Uruguai por 2 a 0, no primeiro jogo do festival de inauguração do novo campo, o Tricolor não imaginava o que estaria por vir.
No primeiro clássico Gre-Nal disputado no Estádio Olímpico, um baile colorado. Equilíbrio apenas no primeiro tempo, quando o Inter vencia por apenas 2 a 1. O resultado final foi de 6 a 2 para o Inter, com um show de Larry.
Gre-Nal que aposentou o uniforme do Inter
No início do mês de novembro de 1977, o Inter estrearia um novo uniforme. Todo vermelho, sem a presença da cor branca. Camiseta, calção e mais da mesma cor. O regulamento do Brasileirão daquele ano previa que todos os clássicos fossem disputados no maior estádio de cada cidade, por isso os Grenais ocorriam sempre no Beira-Rio.
O fato de jogar diante da sua torcida, com a animação de estrear um novo uniforme não foi suficiente para superar a maior qualidade gremista, que venceu por 4 a 0.
Com a frustração da derrota humilhante diante do maior rival, ficou decidido que este mesmo uniforme jamais seria usado.
Gre-Nal do Século
Será difícil um clássico Gre-Nal de maior importância. Valia uma vaga na final do Brasileirão de 1988 e ainda uma vaga na Copa Libertadores do ano seguinte. O Inter venceu de virada por 2 a 1, tendo um jogador a menos em campo desde o primeiro tempo. Os colorados não creditavam no que viam. Muitos choravam nas arquibancadas.
Este foi o Grenal número 297, foi disputado no Estádio Beira-Rio e teve o maior público de Grenais em Campeonatos Brasileiros até hoje: 78.083 pagantes.
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