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 | 07/07/2010 21h32min

Bruno pediu que amigos "resolvessem problema" com Eliza, diz adolescente

Depoimento de jovem provocou uma reviravolta no caso Bruno

Uma reportagem do Jornal Nacional destacou na noite desta quarta-feira o que teria acontecido com Eliza Samudio. A base para os apontamentos é o depoimento de um menor, apreendido na terça na casa do goleiro, e que provocou uma reviravolta no caso Bruno.

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Entre os pontos a serem destacados estão:

— Macarrão já tinha planejado tudo e mandou o adolescente se esconder no porta-malas do carro;

— O menor disse que foi convidado por Macarrão a levar Eliza ao sítio do goleiro em Minas Gerais;

— Dentro do carro, o jovem teria apontado uma arma para Eliza, dizendo: "perdeu Eliza". Eliza conseguiu pegar a arma e atirou contra o menor, mas a arma estava sem munição. O adolescente conseguiu recuperar a rama e deu três coronhadas na cabeça de Eliza;

— No sítio, Eliza foi obrigada a dizer para uma amiga que estava bem e foi ameaçada de morte caso não dissesse o combinado;

— No dia seguinte, Bruno chegou de táxi e disse para Macarrão e Sérgio resolverem o problema. Que não queria problemas para o lado dele e que ele, Bruno, não saberia de nada.

O goleiro permaneceu no sítio por duas horas e depois chamou um táxi para levá-lo até o aeroporto, pois queria voltar para o Rio no mesmo dia. O adolescente contou que chegaram a um local que se parecia com um sítio. Foram recebidos por um homem alto, negro, chamado Neném.

Neném teria pego Eliza, amarrado a morena pelos braços e a sufocado. Neném pediu que todos deixassem o local. Sérgio carregava o filho de Eliza. Logo depois, Neném passou carregando um saco e seguiu em direção a um canil, onde havia quatro rotweillers. O adolescente viu o momento em que Neném retirou a mão de Eliza e arremessou para os cães.

Reveja a cronologia do caso:

25 de junho:

— O filho de quatro meses que Eliza alegava ser de Bruno foi encontrado na casa de uma amiga de Dayane Souza, mulher do goleiro, em Contagem (MG)

27 de junho:

— Após o recebimento de uma denúncia anônima, a Polícia Civil de Minas Gerais e o Corpo de Bombeiros fizeram buscas ao redor do sítio do goleiro Bruno. O caseiro impediu a entrada da equipe na propriedade. Em entrevista ao Fantástico, a delegada responsável pelo caso disse que Bruno era considerado suspeito de envolvimento no desaparecimento.

28 de junho:

— A Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá confirma que, em outubro do ano passado, Eliza prestou queixa contra o goleiro por sequestro, ameaça e agressão. Ela afirmou que teria sido obrigada por Bruno e mais dois amigos dele a ingerir remédios abortivos.

Bruno foi afastado das atividades do Flamengo. O afastamento do atleta foi anunciado pela presidente do clube, Patrícia Amorim. Ela afirmou que, após o julgamento da Justiça, o Flamengo tomaria as medidas cabíveis.

A Justiça de Minas Gerais autorizou as buscas, permitindo que a Polícia entrasse no sítio do goleiro. À noite o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais divulgou nota informando que nenhum corpo foi encontrado nas buscas realizadas em duas cisternas no sítio. Apenas objetos que indicam a presença de mulheres e de criança dentro da casa no sítio foram encontrados.



29 de junho:

— A Polícia Civil confirma que encontrou vestígios de sangue no carro e no sítio do goleiro Bruno e em objetos encontrados na casa. O carro foi apreendido por conta do licenciamento vencido. De acordo com o delegado, vários objetos, incluindo peças femininas, estavam no interior do carro.

— O amigo do goleiro Bruno, Cleiton da Silva Gonçalves, de 22 anos, que teria sido visto dirigindo o carro do atleta, prestou depoimento na Delegacia de Homicídios de Contagem (MG).

— O pai de Eliza, Luiz Samudio, revela que a jovem teria contado que foi convidada pelo jogador a ir a Minas Gerais, após receber a promessa de que ele assumiria a criança. Samudio desembarcou com o neto em Foz do Iguaçu.



A direção do Flamengo teve que cobrir ofensas contra o goleiro escritas no muro do clube.



30 de junho:

A família de Eliza decidiu oferecer recompensa a quem auxiliar a polícia com informações que a ajudem localizá-la. A informação exclusiva, obtida por Zero Hora, partiu do advogado da família de Eliza, Jader Marques.

— Delegado responsável pelo caso anuncia quebra do sigilo telefônico do goleiro e de outros envolvidos no desaparecimento. Posteriormente, o sigilo telefônico de Eliza é quebrado.

O caseiro do condomínio onde fica o sítio do goleiro Bruno em Minas Gerais prestou depoimento na Delegacia Central de Belo Horizonte. Elenilson Vitor da Silva, de 26 anos, informou que houve um furto ao sítio do jogador na noite anterior.




1º de julho:

— Bruno afirmou que Eliza deixou o filho de quatro meses com o amigo do atleta, conhecido como Macarrão, para resolver questões pessoais. Bruno disse aos jornalistas que estava muito chateado e que queria que Eliza aparecesse logo.



A Polícia Civil confirma que o teste toxicológico na urina de Eliza detectou um grupamento de substâncias consideradas abortivas. A Polícia Civil encaminhou o material para o laboratório da UFRJ, a fim de confirmar 100% a análise e excluir qualquer outra possibilidade. Na foto, o delegado responsável pelo caso, Edson Moreira.



2 de julho:

Uma amiga de Eliza disse que a jovem estava bem e feliz na ocasião em que mantiveram contato pela última vez. Eliza teria dito que estava em Minas Gerais. Depois da ligação, realizada entre 7 e 9 de junho, a jovem não foi mais localizada.

4 de julho:

— Uma reportagem mostrada pelo programa Fantástico informou que testemunhas ouvidas pela polícia afirmam ter visto o goleiro Bruno com Eliza Samudio e o filho dela no sítio do jogador em Minas Gerais no começo de junho, dias antes de a modelo desaparecer.

5 de julho:

Polícia anuncia que um dos próximos passos da investigação é a análise dos computadores pessoais e as últimas mensagens eletrônicas trocadas entre a jovem e familiares. Foi confirmado também que um par de sandálias pretas e óculos escuros que estavam no veículo foram reconhecidos como pertencentes à jovem por uma testemunha. Peças de roupas apreendidas também já teriam sido reconhecidas como de Eliza, segundo a polícia.

Policiais e equipes do Corpo de Bombeiros iniciaram as buscas pelo corpo de Eliza na Lagoa Suja, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os policiais vasculharam o local após uma denúncia anônima, que dizia que o corpo da jovem teria sido jogado no local amarrado a pedras e estaria no fundo da lagoa. As buscas continuaram no dia seguinte. 



6 de julho

Um homem informa à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, que um adolescente de 17 anos sabia do caso e que a jovem havia sido morta e desossada. A polícia encontrou o jovem na casa de Bruno. Em depoimento, ele confessou ter participado do sequestro de Eliza e disse ter dado uma coronhada na cabeça dela. Ele confirmou a morte da jovem. A versão é contraditória a outros depoimentos, como o da amiga de Eliza que disse ter falado com ela quando a jovem estava em Minas Gerais.

— O amigo do jovem afirmou que o corpo de Eliza foi entregue a um traficante para que ele se livrasse do corpo. O adolescente saiu da delegacia depois de sete horas de depoimento, coberto por um casaco.

7 de julho

— Durante a madrugada, um promotor carioca pede a prisão temporária do jogador, acusado de ser o responsável pelo desaparecimento de Eliza.

— A Polícia se antecipa à decisão da Justiça e agentes entram no condomínio onde mora o jogador, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, no aguardo do decreto de prisão.

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— A mulher do goleiro é presa em Minas Gerais. Além dela, outras cinco pessoas são detidas.

— A Justiça decreta a prisão temporária do goleiro, que não é encontrado em casa.

— Bruno é declarado foragido pela Polícia Civil. São realizadas buscas em uma casa onde estaria o corpo de Eliza.



— Bruno e Macarrão se entregam à polícia e são denunciados pelo Ministério Público do Rio pelo sequestro de Eliza em 2009.  

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