A dificuldade de renovação de jogadores foi eleita a principal causa para o vexame italiano no Mundial da África do Sul. A Azzurra caiu na primeira fase, ficando na lanterna do Grupo F após empates com Paraguai e Nova Zelândia, ambos por 1 a 1, e derrota para a Eslováquia por 3 a 1.

Capitão da Itália, Cannavaro acredita que não houve a renovação necessária depois da conquista do Mundial de 2006.

– Essa foi a pior campanha da Itália em uma Copa. Quando fomos campeões (em 2006), já tínhamos uma idade avançada. Não podíamos repetir a mesma equipe. O técnico tentou fazer mudanças, mas elas não funcionaram – afirmou o zagueiro de 36 anos, que se despediu da seleção.

Para o presidente da Federação Italiana de Futebol (FIGC), Giancarlo Abete, é necessário que todo o futebol do país, incluindo os clubes, se unam para melhorar a formação de novos jogadores:

– Devemos inverter a tendência decrescente da competitividade da nossa seleção. É um problema mais estrutural do que de contingência. Isso envolve também os clubes italianos. Há uma dificuldade objetiva de renovar as gerações. Até a seleção sub-21 tem dificuldades para se classificar para o próximo Europeu.

– Precisamos focar nos mais jovens. Ou então teremos problemas, como tivemos agora. Muitas coisas precisam mudar para que voltemos a ganhar uma Copa nos próximos 25 anos – também ressaltou Cannavaro.

Abete prometeu mudanças em breve, mas decartou mudanças radicais, como, por exemplo, a limitação de estrangeiros nos clubes italianos.

– O que podemos fazer é incentivar a renovação. Discutirmos com os clubes a importância estratégica da seleção nesse movimento. Mas não se pode fazer uma revolução – afirmou.