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 | 14/06/2010 09h57min

CBF cobra garantias financeiras do Inter nas reformas do Beira-Rio para 2014

Clube reitera que possui recursos para cumprir caderno de encargos da Fifa

Rodrigo Muzell

Em meio aos novos estádios sul-africanos com suas entradas recém-completadas, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, mandou avisar o Inter de que o tempo de indefinições para a Copa de 2014 está no fim. Por meio do presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, Teixeira cobrou a apresentação das garantias financeiras coloradas para as obras do Beira-Rio, estádio escolhido pela Fifa para os jogos em Porto Alegre.

– A coisa afunilou e a CBF quer garantias do cumprimento dos prazos – explica Novelletto.

A conversa foi durante o 60º Congresso Anual da Fifa, encerrado na quinta-feira passada, em Joanesburgo. Da África do Sul, Noveletto repassou o alerta ao presidente do Inter, Vitorio Piffero, que garante: um documento explicando em detalhes como o clube vai pagar pelas obras exigidas pela Fifa foi entregue a representantes da entidade na quinta-feira, depois de aprovado, no início da semana, pelo Conselho Deliberativo do clube.

– Nossa forma de financiamento é conhecida. As obras que constam do caderno de encargos da Fifa vão sair com recursos próprios – disse Piffero, na tarde deste domingo.

Para adequar o Beira-Rio ao que a Fifa pede, serão necessários R$ 37 milhões, segundo o vice-presidente do Inter, Pedro Affatatto. Iluminação, área de imprensa e vestiários são os principais itens da lista, e as obras serão pagas com recursos da venda de 87 suítes – o uso de um camarote por 10 anos, com pagamento em três anos, custará R$ 1 milhão aos interessados – e da venda do terreno do Estádio dos Eucaliptos, pelo qual o clube espera obter R$ 27 milhões.

– Tenho mais do que garantias bancárias: eu tenho dinheiro na conta – diz Piffero, que espera vender 15 suítes, com uma receita de R$ 15 milhões.

Affatatto lembra que o Inter investiu mais de R$ 20 milhões em patrimônio nos últimos seis anos, e que o projeto de modernização existe desde antes de o Brasil ser escolhido sede da próxima Copa. Assim, a tarefa de descobrir de onde virá o dinheiro não começou hoje – e isso colocaria o Inter à frente, por exemplo, dos outros dois clubes que pretendem usar seus estádios para a Copa em 2014, o Atlético-PR e o São Paulo., também ameaçados pela Fifa.

Outro fator colabora para que país afora as obras nos estádios não tenham decolado. O governo federal ainda formata, no Ministério da Fazenda, uma Medida Provisória para dar isenção fiscal a reforma e construção de estádios para 2014. Segundo o deputado federal Adão Villaverde (PT), devem ficar isentos tributos federais, estaduais e municipais.

ZERO HORA
 

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