| 30/04/2010 08h11min
D’Alessandro foi um dos primeiros a colocar o pé fora da aeronave da Aerolineas Argentinas no Salgado Filho, ontem, no retorno de Buenos Aires. Nem havia entrado na sanfona que dá acesso ao saguão e um torcedor o parou. Era funcionário do aeroporto. Queria autógrafo. Não resistiu e aproveitou a chance:
— Quero te ver lá no domingo, hein? — pediu com educação o colorado, em tom de amistosa cobrança.
— O mais importante é quinta-feira. Você vai estar lá? — perguntou o argentino, antes de seguir adiante.
O torcedor arregalou os olhos e devolveu o sorriso. Este é o sentimento entre jogadores e comissão técnica. Há uma Operação Banfield em andamento, mas ela só ganhará os microfones depois do Gre-Nal de domingo.
A mobilização virá com força, sob forma de declarações fortes e provocativas. Uma campanha relâmpago de mobilização, com anúncios criativos, será criada. Como o Inter entra no Gre-Nal em desvantagem e com titulares poupados, é claro que os dirigentes trabalham com a hipótese de entrar na semana da decisão contra o Banfield amargando a perda do título para o Grêmio. O objetivo não é só lotar o Beira-Rio, mas desarmar o torcedor de eventuais crítica e impaciência com a instabilidade do time.
Neste momento, o Gre-Nal virou um estorvo para o Inter. Que, além de não ter digerido a derrota por 3 a 1 no Estádio Florencio Sola, ainda voltou a Porto Alegre irritado e com muita vontade de dar o troco. A falta de água quente no banheiro depois da partida provocou indignação absoluta. O objeto atirado contra o técnico Jorge Fossati também.
Mas a bronca maior foi com o comportamento dos argentinos, que cobraram falta em vez de lateral no polêmico lance que resultou no duplo erro de arbitragem: a expulsão de Kleber e o gol em impedimento, o segundo do Banfield. O árbitro Jorge Larrionda errou, mas, segundo Fossati, o adversário se fez de desavisado.
— Vamos reverter. Mas para isso precisaremos do Beira-Rio lotado e fazendo pressão — afirmou o presidente Vitorio Piffero, dando o tom da conclamação ao torcedor para que jogue junto e tenha paciência.
— Este gol fora será decisivo para nós — disse Fossati a ZH, já com a entrevista coletiva encerrada. — Gostei da atuação e do comprometimento do time. É possível conseguir resultado. Não vejo nenhum absurdo em fazer 2 a 0 no Beira-Rio.
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