| 15/04/2010 05h10min
Antes de analisar o incrível jogo em que o Inter terminou com Edu e sem Walter, no empate em 0 a 0 contra o esquálido Emelec, lanterna do Grupo 5 da Libertadores, uma notícia.
O Inter pode estar perdendo a chance de repatriar Tinga. A partir do dia 8 de maio, dois dias depois da última rodada do Campeonato Alemão, o volante campeão da América em 2006 está livre do vínculo com o Borussia Dortmund.
O seu empresário, Tadeu Oliveira, embarca na semana que vem para o Catar. Vai examinar uma proposta da liga de lá, que contrata e depois repassa o jogador para o clube escolhido, algo parecido com o que acontece na Major League Soccer, dos Estados Unidos. Conversei com ele ontem:
— Não falei com ninguém do Inter. Tenho esta viagem marcada para o Catar e uma proposta oficial do Fluminense. Por enquanto, é isso — afirmou Tadeu Oliveira.
O contrato do volante de 32 anos com os alemães termina no meio da temporada européia. Tinga é o tipo do jogador que ajeita qualquer meio-campo: defende, arma e ataca com igual disciplina.
A idade não seria problema para reproduzir o bom futebol que o levou ao Borussia logo depois da conquista da América, há quatro anos. Tinga sempre foi um atleta exemplar.
Poderia haver substituto melhor para Sandro, já de contrato assinado com o Tottenham, da Inglaterra?
Com a palavra, os dirigentes do Inter. Bem, vamos ao jogo de ontem.
Não é perseguição, má vontade ou algo do gênero. Mas não tem explicação o comportamento do técnico Jorge Fossati no empate em 0 a 0 do Inter contra o esquálido Emelec, lanterna do Grupo 5 e, até ontem, sem ponto algum na Libertadores.
O Inter terminou o jogo com Edu e sem Walter. Vou repetir: com Edu, sem Walter. Não é simples constatação. É algo emblemático no atual contexto do Inter.
O atacante que marca golaços sai aos 21 minutos do segundo tempo, enquanto o que não faz gols de jeito nenhum entra aos 40. Fossati privou o Inter por quase meia hora de um jogador entusiasmado, responsável direto pela mudança do estado anímico do time.
Apenas para efeito de raciocínio. Vamos imaginar (é um erro, ele foi bem, mas vamos imaginar) que Walter jogou mal. E daí? Depois de tudo o que fez recentemente, livrando a pele do técnico e do próprio clube na Libertadores e no Gauchão, não era ao menos razoável que ele ficasse até o fim?
Nando Gross, comentarista da Rádio Gaúcha, flagrou na sua planilha. Giuliano e Walter, ambos substituídos por Fossati, foram os jogadores que mais concluíram em Guayaquil.
Qual o sentido de retirá-los do jogo, sobretudo no caso do ingresso de Andrezinho, que entrou no lugar de Giuliano quando D'Alessandro estava abaixo do seu normal?
Fossati poderia ter retirado um volante e recuado Giuliano. Trata-se de um jogador disciplinado, que acataria determinações defensivas com empenho e sem reclamar. Assim, ficaria com Taison na direita, Alecsandro no meio e Walter pela esquerda. Um pouco de ousadia contra o lanterna do Grupo 5, até ontem sem ponto algum e atolado de derrotas.
Em favor de Fossati: tudo bem, três atacantes fora de casa é algo distante das suas convicções. Certo. Mas e a análise individual que culminou com a decisão de retirar Walter, quando este acaba de mostrar que, em campo, sempre pode tirar um coelho da cartola e decidir um jogo?
Fossati terá que se explicar. Dizer que foi por cansaço do atacante é desculpa. Imagine se Walter, depois de tudo o que aconteceu, admitiria o contrário.
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