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 | 29/03/2010 12h13min

Wianey Carlet: Armando Nogueira era um poeta do esporte

Jornalistas gaúchos lamentam morte do cronista

A morte do cronista esportivo Armando Nogueira foi sentida por todos os fãs de esporte. Ninguém, no entanto, poderia lamentar mais que os jornalistas, já que se trata de um dos maiores nomes da profissão no Brasil. Os gaúchos Wianey Carlet, David Coimbra e Ruy Carlos Ostermann, do Grupo RBS, e Telmo Zanini, do canal pago SporTV, comentaram a importância de Nogueira para a profissão. Para Wianey, ele era um "poeta do esporte".

– Ele tinha o texto mais poético e bem elaborado da história da crônica brasileira. Falando em futebol, evidentemente. Sabia valorizar cada momento do jogo, cada lance, cada drible, cada jogada. Sabia ver a beleza que muitas vezes passa despercebida por parte de quem vê o futebol apenas como um momento de enfrentamento, de disputa de forças – disse Wianey, em depoimento dado por telefone ao clicEsportes.

David Coimbra: “Escrevia como um passarinho”

Em seu blog, David Coimbra destacou a versatilidade de Armando Nogueira. Além de ter sido um dos maiores cronistas esportivos brasileiros, o ele foi responsável por programas como Jornal Nacional e Globo Repórter, da TV Globo.

"Jornalista é jornalista em todas as áreas. Armando Nogueira era um desses espécimes. Comandou o Jornal Nacional, e o fazia da economia à variedades", diz.

Assim como Wianey, David também elogiou a beleza do texto de Nogueira. Segundo ele, o cronista "se soltava" quando escrevia sobre esporte, e "escrevia como um passarinho".

Telmo Zanini: “Agora ele está em outra frequência”

Telmo Zanini, da SporTV, trabalhou ao lado de Armando Nogueira recentemente, no Redação SporTV. Nesta segunda, ele concedeu entrevista por telefone ao mesmo programa, falando sobre o ilustre ex-colega.

– É uma notícia triste. Como ele bem falou, toda a mudança é positiva, e o Armando em vida foi um grande homem, de virtudes enaltecidas todo o dia. Acima de tudo, um filósofo e um poeta. É o tipo de pessoa que não desaparece, só muda de estágio. Agora, ele está em outra frequência – declarou.

Ruy: “Foi um dos mais brilhantes de todos os tempos”

Ruy Carlos Ostermann também não poupou elogios a Armando Nogueira. O comentarista da Rádio Gaúcha e colunista de Zero Hora considera Nogueira "um dos mais brilhantes jornalistas esportivos do Brasil em todos os tempos".

– Ele está naquela galeria especial dos primeiríssimos nomes. Mário Filho e Nelson Rodrigues, por exemplo. Mas o Armando era estritamente um homem ligado ao futebol, à emoção que o futebol era capaz de proporcionar. Ele transformava isto em um texto quase sempre de caráter poético. Tinha uma tendência para uma espécie de alusão a um campo maior, sempre – disse o Professor à Rádio Gaúcha.

Zini: “O último romântico”

O colunista Luiz Zini Pires também prestou homenagem a Armando Nogueira em seu blog, o Bola Dividida. Ao exaltar a preferência do cronista com o futebol bonito, Zini o considerou "último romântico do futebol brasileiro".

"Armando não pensava em títulos ou em taças. Pedia apenas bom futebol. Queria banir o carrinho, queria premiar o drible. Sempre foi um crítico das retrancas, dos sistemas defensivos. Sua ideia era bola para frente que o gol está mais perto de quem ataca do que de quem defende", diz o blogueiro.

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