| 05/03/2010 10h54min
Amparado nas vitórias no Gauchão e Libertadores, o técnico do Inter, Jorge Fossati, mantém intacta sua convicção pelo esquema com três zagueiros. Mesmo testando o 4-4-2 no segundo tempo contra o Santa Cruz, quarta-feira, ao promover a entrada de Índio, o uruguaio deixou claro que não cogita mudar a formação.
Embora, por vezes, pareça irritado com as perguntas, Fossati esclareceu, em recente conversa, que não se incomoda com o assunto. E fez questão de explicar como funciona a movimentação dos seus jogadores em campo:
— Minha ideia geral é a de que haja bastante troca de posições, mas dentro de uma ordem.
Confira o desenho do time em campo clicando no PDF à direita.
Setor defensivo
A principal diferença do esquema utilizado por Fossati no Inter para outros times que também têm três zagueiros está na pouca liberdade (por vezes, nenhuma) dos três defensores em se aventurarem no campo
ofensivo.
O uruguaio não quer ver nem Bolívar, Sorondo (Índio)
ou Juan (Eller) invadirem o espaço dos meias e alas colorados.
— Não vejo Lúcio apoiar mais que o Kaká — comparou.
A determinação é ficar sempre atrás. A não ser que se trate de jogada-surpresa:
— Há momentos em que o zagueiro tem de apoiar, mas precisa ter a cobertura. É como no cinema. Existe ator principal e coadjuvante, tanto para atacar quanto defender.
Meio-campo
O time titular do Inter tem mais jogadores para defender do que para atacar: seis defensivos (Pato Abbondanzieri, Bolívar, Sorondo, Juan, Sandro e Guiñazu) e cinco ofensivos (Nei, Kleber, Giuliano, Edu e Alecsandro). Mas para dois deles, o 3-5-2 significou vida nova — Nei e Kleber fizeram quatro dos 28 gols.
O treinador argumentou:
— No 4-4-2, solta-se mais um lateral, mas ficam três também para defender. A diferença é que, em vez de dois zagueiros e um lateral, são três
zagueiros e, assim, os alas apoiam mais.
Ataque
A média de gols é de
2,3 por jogo. Mesmo assim, houve vaias após o 4 a 1 no Santa Cruz. O motivo da insatisfação é a falta de parceria para Alecsandro. Taison começou como titular e voltou para o banco. Edu emendou cinco partidas e não convenceu.
Para o treinador, porém, ele está cumprindo seu papel: cair pelas pontas e deixar Alecsandro centralizado.
— Procuro fazer jogadas pelos dois lados, mas é claro que espero receber e concluir mais — admitiu Edu.
Apesar da convicção no esquema, Fossati reconhece:
— Todos os sistemas têm coisas boas e outras fracas.
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