A torcida do Palmeiras não guarda boas lembranças do atacante Jardel. Pois o antigo carrasco dos anos 90, sempre perigoso no jogo aéreo, voltará a ser adversário do time paulista nesta quarta-feira, no duelo contra o Flamengo (PI), pela primeira fase Copa do Brasil.

Ele não veste mais a camisa do Grêmio, clube onde foi ídolo. Nem a do Porto (POR), onde se tornou um dos maiores artilheiros da Europa. Aos 36 anos, a realidade é outra e o corpo também. Com tendinite no joelho esquerdo, o hoje astro de Teresina deve começar no banco contra o Palmeiras.

— Só se nevar no Piauí para eu entrar de início (risos) — comentou Jardel, acrescentantando — Estou meia perna, como dizem em Portugal.

Até agora, o atacante só atuou em 21 minutos, há 10 dias, quando chegou de helicóptero ao estádio para a estreia em um amistoso local. No humilde clube do Piauí, Jardel diz estar de bem com a vida. Ao lado dos companheiros, faz piadas e se troca ao lado do campo, no vestário “ao ar livre”.

Na época em que jogava no Grêmio, Jardel enfrentou várias vezes o Palmeiras. O confronto mais marcante foi pelas quartas-de-final da Copa Libertadores de 1995. No Olímopico, marcou três gols na goleada por 5 a 0. No jogo de volta, marcou o gol da derrota por 5 a 1, que garantiu a classificação do time gaúcho.  

— Eu fico feliz por esse passado, mas quem vive de passado é museu. Eu tenho uma história no futebol mundial, mas o torcedor quando paga ingresso quer gol. Se fizer meio gol agora, está ótimo. Hoje estou bem comigo — contou o ex-gremista, que tem contrato com o Flamengo até o começo de junho mas pensa em seguir jogando “até os 40”.