| 09/01/2010 08h10min
Vogais fechadas; jota com som de erre, ou de xis; dificuldade na pronúncia de palavras que continham trema. Estas são características que, mescladas ao bom português, difundem no Estádio Beira-Rio um novo idioma: o portunhol.
Com a contratação do uruguaio Jorge Fossati, que trouxe a reboque três conterrâneos para a comissão técnica - os auxiliares Juan Jacinto Rodriguez e Leonardo Martins, e o preparador físico Alejandro Valenzuela - a legião estrangeira colorada ganhou grande reforço. O novo treinador indicou ainda mais um uruguaio, o lateral Bruno Silva.
O quinteto encontrou no elenco dois argentinos, Guiñazu e D'Alessandro, e mais um uruguaio, o zagueiro Sorondo. Somando, no total, oito estrangeiros no grupo de trabalho dos profissionais do Inter, e todos egressos de países vizinhos ao Brasil, de língua espanhola.
Guiñazu e Sorondo chegaram ao Inter no segundo semestre de 2007. D'Alessandro desembarcou um ano depois. Fossati atuou no Brasil quando
era jogador. Todos eles se fazem
compreender bem tendo o portunhol no dialeto, misturando nas frases construções típicas do português com pronúncias comuns ao espanhol.
O próprio Fossati admitiu que o portunhol seria uma marca do Inter na temporada, em seu discurso de apresentação aos jogadores.
— Vou conseguir para vocês um professor para ensinar portunhol (risos). Prometo melhorar meu português. Mas tenho certeza que em português, portunhol, espanhol, a gente vai se entender tranquilamente — disse Fossati.
É possível reforçar este elenco de fluentes em portunhol com o volante Wilson Mathias. Ele é brasileiro, mas atuava desde 2005 no México. Retornou ao país pátrio com sotaque carregado.
— Vai ser difícil perder um pouco o sotaque espanhol, aos poucos depois de tanto tempo no México eu vou pegando novamente o nosso jeito de falar — admitiu.
Edu, que durante muitos anos atuou na Espanha, retornou sem resquícios de influência do outro idioma.
Fala português sem reparos, embora saiba se comunicar em
espanhol.
Detalhe que parece insignificante, mas que toma proporção maior quando se observa que o Inter vai disputar a Copa Libertadores em 2010. Competição que reúne em grande maioria adversários e arbitragens que falam espanhol. Certamente, o Inter não se verá perdido nos diálogos durante os jogos.
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