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 | 01/01/2010 23h11min

O que faz da vida... Vacaria

FELIPE BORTOLANZA  |  felipe.bortolanza@diariogaucho.com.br

O time de ídolos da dupla Gre-Nal, cuja rotina atual está sendo contada pelo Diário Gaúcho desde o dia 28, tem sua zaga completada: Mazaropi, Alfinete, Figueroa, Ancheta e Olávio Dorico Vieira. Calma, não há erro na escalação. Nos autógrafos que deu em camisas coloradas nos anos 70, o lateral-esquerdo assinava Vacaria.

Aos 59 anos, morando em São Leopoldo, Vacaria espera a chance de reescrever seu apelido na história do Internacional. Apresenta-se como treinador desde 1982. Na conversa com a reportagem num dia chuvoso, em quiosque do Beira-Rio, ele mostrou-se otimista.

A vida deste catarinense de Urussanga é marcada por extremos. Como jogador, a carreira foi curta e intensa: em nove anos, vestiu quatro camisas e ganhou dois títulos nacionais e um vice (Palmeiras, 1978), sete gaúchos e um catarinense (Figueirense, 1972). Parou de jogar aos 29 anos em função da morte do pai.

– Não queria mais saber de futebol. Ele me afastou do convívio da família – relembra.

Três anos mais tarde, porém, a mulher, Terezinha, sugeriu a Vacaria ser treinador. No primeiro convite, curiosamente do 14 de Julho de Passo Fundo, seu primeiro clube, voltou ao esporte.

- Por duas vezes bateu na trave

No entanto, já são 28 anos de experiência, 23 clubes e a faixa de maior expressão é o catarinense de 1998 com o Criciúma. O último time foi o Sinop-MT. Parado há quase dois anos, resolveu operar o joelho esquerdo:

– Estou liberado pelo Departamento Médico!

Segundo Vacaria, além de competência, é preciso ter sorte:

– Incomodando os grandes, ganha-se visibilidade.

Por duas vezes esteve perto de treinar o Inter. Em 1989, era o plano B caso Chiquinho não se acertasse. Em 2000, perdeu o posto para Zé Mário. Agradecendo aos leitores que o elegeram para esta reportagem, Vacaria mandou recado:

– Muitos acham que sou sisudo. Mas sou de fácil convivência!

- Ficha do ídolo

- Nome: Olávio Dorico Vieira, 60 anos (26/1/1949, em Urussanga-SC)

- Onde mora: São Leopoldo, com a mulher Terezinha e a filha Paula

- O que faz: treinador

- Estreia: 1970, no 14 de Julho de Passo Fundo

- Adeus: 1978, no Palmeiras

- Clubes como lateral: 14 de Julho de Passo Fundo, Inter (70, 71 e 73 a 77), Figueirense e Palmeiras

- Como treinador: 14 de Julho, Chapecoense, Gaúcho, São Borja, Caxias, Esportivo, Avaí, Guarani-VA, Atlético-PR, Veranópolis, Brasil-Far, Brasil-Pel, Figueirense, Criciúma, Araranguá-SC (extinto), Avenida, Palmeirense, Novo Hamburgo, São José, Santa Cruz, Aimoré e Sinop-MT

- Títulos no Inter: dois Brasileiros e seis Gauchões

- Fundo do baú

- O jogo da vida: meu primeiro jogo pelo Inter. Estava nervoso, mas fui muito bem e fizemos 2 a 0 no São Paulo (22/11/1970, pelo Robertão).

- Alegria no futebol: ter sido bicampeão nacional e ter participado da campanha do Gauchão de 1974, no qual vencemos todas as partidas!

- Se pudesse voltar no tempo: contrataria um empresário para gerenciar meus contratos.

- Aprendizado na pior derrota: num Gre-Nal de 1976, que acabou 1 a 1, achei que a bola sairia e não corri atrás do Tarciso. Ele alcançou e fez o gol. A imprensa achou que reclamei de impedimento! Aprendi que não se deve desistir jamais de uma jogada!

DIÁRIO GAÚCHO
 

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