| 17/12/2009 00h10min
Com o grupo de profissionais em férias, a discussão dos últimos dias no Estádio Olímpico voltou a ser sobre o projeto para a construção da Arena, em uma área de 36 hectares, localizada na zona norte de Porto Alegre, no Bairro Humaitá. Na noite desta quarta-feira, o programa Conversas Cruzadas, da TVCOM, comandado pelo jornalista Lasier Martins, tratou sobre o novo estádio do Grêmio, que deve ficar pronto no final de 2012.
Participaram da discussão, o conselheiro do Grêmio, Flávio Jacobus, o ex-governador Alceu Colares, o atual vice de finanças Irany Santana Junior, e o advogado Gladimir Chieli, que fez um estudo sobre o projeto e garante que o negócio não garante nenhum tipo de vantagem ao associado, já que o contrato prevê que todos deverão pagar por ingressos no novo estádio.
O vice de finanças do clube afirma que o clube terá que achar outra maneira de dar vantagens aos sócios:
– Este problema de reembolsar ou não o sócio nós já temos hoje. Temos mais sócios do que a capacidade do Olímpico. Vamos ter que mudar o modelo de negócio na arena. O Grêmio tem que criar outros atrativos para os sócios – disse Irany Santana.
No segundo bloco do programa, Lasier Martins entrevistou o presidente Duda Kroeff, que também falou sobre a questão dos sócios:
– Temos muito tempo para estudar isto. O departamento jurídico está estudando, mas os sócios jamais serão prejudicados. Na Europa, os sócios têm privilégios de pagar mais barato. Talvez aqui o Grêmio banque este valor para a OAS e os sócios possam entrar de graça. Isto é um detalhe menor. Podemos estudar isto e apresentar soluções – disse Duda Kroeff.
O projeto Arena surgiu na gestão de Paulo Odone. Sem dinheiro e sem crédito, o Grêmio viu em uma parceria com a OAS a única forma de construir um estádio novo, já que o Olímpico não supria mais a grandiosidade atingida pelo clube.
Durante 20 anos, o Grêmio receberá 65% de tudo o que for arrecadado com a Arena – restaurante, bebidas, rendas de jogos – e a OAS receberá 35%. Nos primeiros 10 anos, o clube ganhará ainda parcelas mensais de R$ 583 mil, o que dá cerca de R$ 8 milhões. Depois disto, o clube ganhará cerca de RS 14 milhões anuais.
Um ponto polêmico do programa ocorreu quando o advogado Gladimir Chieli fez uma interpretação do projeto com a OAS de que o Grêmio teria que pagar à construtora até mesmo quando atuar fora de casa.
– Em jogos fora da Arena, não tem nada a ver. Patrocínio não entra no negócio, nem marketing, televisionamento, venda de jogadores, isto tudo é do Grêmio – garante Duda Kroeff.
O conselheiro Flávio Jacobus lembrou que o nome do estádio e as cores irão ser escolhidos pela OAS.
– Qualquer empresa que se disponha a pagar RS 5 milhões por ano poderá colocar seu nome e as cores no estádio. E se for uma empresa vermelha e branca, esta será a cor do estádio do Grêmio.
O vice de finanças Irany Santana discordou, afirmando que isto terá que ser uma decisão de consenso entre clube e empresa.
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