Santa Catarina terá mais uma equipe feminina na temporada 2009/2010 da Superliga de vôlei: o time de São José — a outra é a Cativa/Pomerode. Apresentada na noite desta terça-feira, dia 24, o time é formado basicamente por atletas que defendiam clubes catarinenses como Blumenau, Nova Trento, Rio do Sul e Pomerode. Os treinos começam nesta quarta-feira, e a estreia na competição ocorre em São José, no dia 10 de dezembro, contra o Osasco, atual vice-campeão.

Grande conhecedor do voleibol catarinense, o técnico da equipe, Carlos Henrique de Oliveira, já atuou em Blumenau, Brusque e Jaraguá do Sul. Henrique também acumula no currículo passagens por seleções catarinenses infanto e juvenil. O treinador já disputou a Superliga, quando comandava o time de Brusque. Ele reconhece a importância do projeto para o Estado:

— É mais uma equipe feminina. A gente tem hoje Pomerode, o time de Brusque parou, e se São José demonstrar esta garra que a gente está querendo, tende a melhorar o investimento, esta é a nossa missão: melhorar o investimento e São José chegar em um patamar mais acima, assim como Brusque fez — falou.

Henrique sabe das dificuldades que terá pela frente na competição, até por estar no comando de uma equipe jovem, e com jogadoras, inclusive, que nunca disputaram uma Superliga:

— É uma equipe bem nova, duas atletas apenas disputaram a Superliga, então a gente sabe que muita coisa pode atrapalhar pelo caminho, em função da imaturidade, da inconstância emocional. Mas, em questão de garra e de trabalho, elas não vão perder para ninguém. A gente sabe que a diferença técnica existe, mas o trabalho supera tudo se elas estiverem comprometidas.

Experiência de Danúbia

A jogadora mais experiente do grupo é a ponteira e líbero Danúbia Wessler. A atleta tem passagens pelo Pinheiros, BCN, Araçatuba, e disputou a última liga pela Cativa, de Pomerode. Com 18 anos de carreira, a jogadora de 31 anos pretende ajudar ao máximo as jovens companheiras:

— Quero passar minha experiência para as meninas para que possamos crescer a cada dia, e fazer uma boa competição — declarou.

Jogadora de seleção brasileira

Danúbia é a mais experiente, mas a estrela do time é a oposta Duda Kraisch, campeã mundial com a seleção brasileira infanto-juvenil. Duda tinha uma proposta para defender o Macaé, mas preferiu ficar “em casa”:

— Acho que podendo estar aqui no Estado é uma grande oportunidade para a gente, valoriza as jogadoras daqui.

Pioneirismo

O superintendente da Fundação Municipal de Esportes de São José, Djalma Cardoso, falou sobre o pioneirismo do projeto:

— Foi uma batalha, e é uma conquista, não só para São José, mas para a região. Quando nós lançamos aquele projeto masculino (com a Intelbrás), fomos pioneiros em uma equipe para jogar a Superliga. E, mais uma vez, São José está sendo pioneira em disputar a Superliga com uma equipe feminina. É com muito prazer que a gente vai entrar nesta batalha, e Santa Catarina está de parabéns, mais ainda a nossa região, que ganhou uma equipe para torcer — comemorou.

Djalma sabe da dificuldade de se manter um projeto como este por vários anos. Mas ele está otimista:

— Os projetos para serem bons têm que durar 100 anos, para que os filhos dos nossos filhos usufruam deste projeto. Eu espero que esta seja a nossa concepção, que o projeto perdure — concluiu.

Dureza já na estreia

A estreia da equipe será no dia 10 de dezembro, às 18h, contra o favorito ao Osasco. Enquanto o ginásio municipal da cidade estiver em reformas, os jogos serão disputados no Forquilhão, em Forquilhinhas, e na Arena Multiuso. Na sequência, no dia 12, às 18h, o São José recebe o Pinheiros/Mackenzie.