| 31/10/2009 05h10min
Divulgação
É tão grande a expectativa em torno das seis rodadas que faltam para terminar o Campeonato Brasileiro que pouco se comenta acerca de um grande mistério no Beira-Rio. Mário Sérgio foi trazido para dirigir o Inter em 11 jogos a partir da demissão de Tite. E só. Sob hipótese alguma, nem que os planetas se alinhem no espaço em sinal de paz e bonança, o novo treinador aceita ficar.
Mesmo que o Inter seja campeão, Mário Sérgio jura que dirá não a seguir no cargo em 2010.
Nada o demove. Ganhou o Gre-Nal e sentiu a festa do estádio lotado. Mesmo com a derrota para o São Paulo, recebeu elogios pela boa atuação e pelas soluções criativas ao armar o time. Os jogadores saúdam o seu jeito menos
formal e mais "malandro" de relacionamento. Até o torcedor começa a aceitá-lo,
depois da surpresa inicial. A Libertadores é possibilidade real. Disputá-la seria a ressurreição da carreira de técnico.
Mas não adianta: Mário Sérgio diz que Fernando Carvalho já sabe: ele está fora a partir de dezembro.
Estive no Beira-Rio ontem, depois de passar a semana em São Paulo fazendo a cobertura do jogo do Morumbi para zerohora.com e a versão impressa de Zero Hora. Relatei tudo isso que acabo de escrever acima diretamente a Mário Sérgio, como fruto de um sentimento colhido nestes dias de contato mais próximo com dirigentes, empresários ligados ao clube, jogadores e torcedores. Rimos, em clima descontraído. Imaginei, enfim, que ele relaxaria. Perguntei:
— Mas e se o Inter for campeão? Como abandonar um time campeão brasileiro às vésperas de iniciar uma Libertadores? Nada disso te faria mudar de ideia?
Sabe o que ele me respondeu?
— Se isso acontecer, vou voltar muito a Porto Alegre para passear, ser bem recebido pelos
colorados e tirar fotos com os torcedores. Mas não fico no ano que vem.
Mário alega questões particulares, e é sempre delicado entrar nesta área. Ainda assim, é um mistério. O tom definitivo é misterioso demais. Deve ser algo grave, muito grave, para resistir a uma Libertadores.
Ou, quem sabe, não seja exatamente isso. Algum outro negócio ou relação profissional já encaminhada em São Paulo, quem sabe no futebol mesmo. Não sei. Na capital paulista, Mário elogiou com força um possível acerto com Wanderley Luxemburgo.
Entrevistei Silas, técnico do Avaí, e ele afirmou que trata-se de um cargo cobiçadíssimo pela categoria, em razão da estrutura de trabalho disponibilizada pelo Inter. Mas Mário Sérgio não o quer de jeito nenhum.
É estranho. Um estranho mistério que, enquanto não for esclarecido, só vai gerar especulações. E mais mistério, é claro.
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