| 15/10/2009 08h10min
Após uma noite histórica para o futebol argentino, a maioria das manchetes dos jornais do país se volta para o que aconteceu fora das quatro linhas. A imprensa dá grande destaque nesta quinta-feira ao desabafo furioso de Maradona ao fim do jogo e critica o descontrole do técnico da seleção.
"A ira o dominou. Diego Maradona se consumiu em seu próprio rancor. (...) Foi como se a alegria pela classificação ao Mundial ficasse em segundo plano. Foi como se sua mente houvesse ficado presa em uma raiva vulcânica", escreve o La Nación.
Depois de gritar e esbravejar ao final da partida, Maradona continuou com os insultos mesmo depois de passada a euforia, já na entrevista coletiva. O baixo calão das palavras foi destacado pelos jornais.
— É para os que não creram em mim e me trataram como lixo. Conseguimos sem
a ajuda de ninguém e com todas as honras, frente a uma grande equipe
como Uruguai, que jogou a vida, e no Centenário. Com o perdão das damas, que chupem e sigam chupando. (...) Vocês me trataram como me trataram. Que sigam mamando. (...) Sei tudo o que vocês disseram. Quem me pegava, quem não. Quem era mais filho da p..., quem não — afirmou.
O Olé publicou uma foto gigante de Maradona chorando, abraçado a Carlos Bilardo, e a manchete bem humorada, fazendo um trocadilho com as ofensas ditas pelo próprio treinador: "Quem não chora não mama". O texto de capa destacou também a "grosseria" do técnico.
Por sua vez, o Clarín lembrou os motivos das críticas que a seleção argentina
recebeu:
"Pouca autocrítica do treinador, que parece não ter em conta a escandalosa derrota por 6 a 1 na
altitude contra a Bolívia e os tropeços contra Brasil e Paraguai na hora de analisar as críticas que caíram sobre sua equipe".
Assim, ao esbravejar contra as críticas, Maradona atrai para si mais críticas. O Clarín lança até uma enquete para seus leitores na internet: "A AFA deveria punir Maradona por seus insultos e grosserias depois da partida?". Até as 8h desta quinta, 79,6% dos internautas havia escolhido a opção "Sim".
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