Presença confirmada em Copenhague, onde na sexta-feira será anunciada a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou ontem um adversário e tanto na empreitada em favor do Rio. Dividirá os holofotes com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cuja presença como cabo eleitoral de Chicago foi confirmada ontem pela Casa Branca.

A ida de Obama à Dinamarca aumenta de forma considerável o peso da candidatura de Chicago, base eleitoral do presidente americano. A cidade é considerada favorita, ao lado do Rio Tóquio, no Japão, e Madri, na Espanha, teriam probabilidades menores no colégio eleitoral do Comitê Olímpico Internacional (COI).

A presença de Obama funcionará especialmente no corpo a corpo antes da votação, sexta-feira. Será o último lance de uma ofensiva preparada a meses – algo comum a todos os finalistas, diga-se de passagem. Em seu programa de rádio Café com o Presidente, ontem, Lula informou que enviou cartas a todos os eleitores do COI. Espera que eles compreendam que a América do Sul e seus 180 milhões de jovens merecem os jogos.

Pelo aspecto político, Lula e Obama terão atribuições semelhantes em Copenhague. A diferença pode ficar no apelo do americano, o primeiro negro a assumir a Casa Branca.

– Os Estados Unidos ganharão muito com Obama. Além disso, os membros do COI poderão tirar fotos com ele, falar pessoalmente. O voto é técnico, mas tem o componente emocional – afirma Nicole Hoevertsz, que representará o voto de Aruba.

– Com ele dentro da sala, a cidade americana fica muito mais forte – diz Francis Nyangweso, delegado de Uganda no COI.

A candidatura do Rio evitou ontem comentar sobre a presença de Obama na Dinamarca, ainda que seja consenso de que ele conseguirá papel de destaque:

– Cada um tem seus trunfos. Do nosso lado, vamos trabalhar nossas qualidades – explica o secretário-geral da Rio-16, Carlos Roberto Osório.

Japão e Espanha também enviarão lideranças políticas. Os japoneses terão o primeiro-ministro Yukio Hatoyama, enquanto os espanhóis serão defendidos pelo rei Juan Carlos e pelo primeiro-ministro José Luis Zapatero.

Nos últimos pleitos (Londres/2012 e Sochi/2014, sede dos Jogos de Inverno), houve presença de autoridades dos vencedores.

Lula, de qualquer forma, se mostrou confiante no programa de rádio – anterior ao anúncio de Obama:

– O Brasil faz parte dos 10 países mais ricos do mundo e é o único que não realizou os Jogos Olímpicos.