| 28/08/2009 05h02min
Um buraco é a grande dor de cabeça do Inter. No momento. Está localizado no meio-corpo, quase como um jogador imaginário e deixa um vácuo entre os volantes (Guiñazu/Sandro) e os meias (Giuliano/Andrezinho).
Nos bastidores do Beira-Rio, há o entendimento de que esse vazio é a causa dos gols nos últimos jogos. Nos últimos 11, foram 21 gols. Nas primeiras nove rodadas, o time sofreu seis. Ainda assim, a equipe se mantém como a quarta melhor defesa do campeonato, herança do bom começo na competição.
Com a saída de Magrão do time há 33 dias – primeiro por lesão no tornozelo, depois por um cálculo renal – e a ascensão de Giuliano, o setor perdeu a compactação. O time voltou a ter dois armadores. Era o esquema do início do ano, em que o time patrolava os adversários (que eram de qualidade menor). D’Alessandro e Andrezinho atuavam juntos. Magrão e Guiñazu eram os volantes. A equipe ficava vulnerável. Exatamente como agora, vitimando a zaga e a deixando exposta ao confronto
direto com os atacantes.
No Beira-Rio circula uma piada entre os funcionários do clube. O Inter quase virou o Santos de Pelé: faz três, quatro gols por partida, mas também sofre os mesmos três ou quatro gols por jogo. O 3 a 3 da Vila Belmiro irritou a direção. Apesar dos desfalques de Sorondo e Sandro para enfrentar o Goiás, a ideia é de que o time já esteja compactado. Magrão está definido como substituto de Sandro na frente da área.
– Não gosto de um jogo no qual o meu time toma três gols. A marcação começa no ataque. Precisamos parar imediatamente de sofrer tantos gols – exigiu o vice de futebol Fernando Carvalho, visivelmente incomodado com a situação.
Repercussão |
GUERRINHA |
No segundo tempo contra o Santos, Tite trocou Andrezinho por Cordeiro, aos 20min, Alecsandro por Magrão, aos 26, e Giuliano por Danny, aos 33. ZH perguntou a quatro analistas: Ele foi conservador? |
Colunista do Diário Gaúcho e comentarista da Rádio Gaúcha e da TVCOM |
“Não foi, não. Se o Tite tivesse sido conservador teria escolhido um atacante para o lugar de Alecsandro. Abriu mão de atacar um adversário que estava desesperado. E quase pagou um preço alto pelas invenções nas substituições” |
SÍLVIO BENFICA |
Apresentador da Rádio Gaúcha |
“Acho que ele errou nas trocas. Foi conservador. O perfil dele é esse. Ele tinha que forçar um pouco mais. O jogo estava para o Inter. A defesa do Santos estava fragilizada. Quando colocou Magrão no lugar do Alecsandro, praticamente chamou o Santos para cima do Inter” |
BATISTA |
Treinador e comentarista da RBSTV |
“Pela situação em que se encontrava o jogo, o Tite trocou para manter o empate. O ideal seria trocar um centroavante por outro centroavante. Na entrevista, ele explicou a mudança. É complicado o treinador colocar um jogador em que ainda não tem convicção (Léo). Aí, é questão de grupo, e o Tite precisa conversar com a direção” |
NANDO GROSS |
Comentarista da Rádio Gaúcha e da TVCOM |
“O Tite retirou do Inter a chance de ganhar. O jogo estava igual. O Inter tinha mais qualidade, e o técnico abdicou da vitória. As mudanças foram no sentido de fechar a equipe. Tite subestimou a grandeza do Inter, que tem pretensão de ser campeão” |
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