| 27/08/2009 12h11min
A confusão ocorrida no vestiário da Portuguesa após a derrota por 2 a 1 para o Vila Nova pela Série B, que resultou no pedido de demissão do técnico René Simões, teve repercussão negativa no cenário paulista. Ídolo do São Paulo, o goleiro Rogério Ceni se indignou com a invasão de conselheiros acompanhados de seguranças armados ao vestiário da Lusa, como relatou o próprio René antes de deixar o clube. Para o goleiro tricolor, as pessoas deveriam se preocupar mais com os políticos corruptos do país e menos com os resultados do futebol.
– É lamentável. Por que as pessoas não vão ao Senado protestar da mesma maneira? Por que não reunimos todo mundo em frente ao Palácio do Planalto? Futebol é paixão. Então, se o time perde, tem que trocar tudo? Isso é um absurdo, uma inversão de valores na sociedade. A população não se revolta com quem mexe no seu dinheiro, no seu bolso. Agora, se o time perde, ameaçam os jogadores. Que crime o cara fez para não ganhar? E os 11 que estão do outro lado? Não faz sentido. Se tivéssemos bravura para combater os políticos corruptos, teríamos um país melhor – ressaltou Ceni, segundo o site Globoesporte.com.
Washington não foi tão inflamado como o companheiro de São Paulo, mas também lamentou a atitude dos conselheiros da Portuguesa. Para o atacante, este tipo de episódio também motiva a saída de jogadores do futebol brasileiro.
– Ficamos tristes, sem saber a que ponto isto vai chegar. É apenas um esporte. Envolve paixão, mas esta tem que ficar ali na arquibancada, onde o torcedor pode xingar e reclamar. O que aconteceu não é possível. Às vezes por isso muitos jogadores não ficam no Brasil, não saem só por causa do lado financeiro. De uma hora para outra as coisas não vão bem, e eles temem pela integridade da família – acrescentou o atacante.
Rogério Ceni (centro) não gostou da entrada de homens armados no vestiário da Portuguesa
Foto:
Divulgação, Vipcomm
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2011 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.