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 | 12/08/2009 05h08min

Clube debate a "pegada"

Jogadores que entraram para a história do clube entendem que a ocupação de espaços é a forma mais eficiente de marcar

Luís Henrique Benfica  |  luis.benfica@zerohora.com.br

Paulo Autuori não está sozinho em sua cruzada contra o excesso de faltas no futebol. Na semana passada, o técnico do Grêmio havia chamado de “preguiçosos” os times que abusam das infrações para compensar a falta de melhor posicionamento. Jogadores vencedores, que entraram na história do clube, como o uruguaio Hugo de León, concordam com o treinador e entendem que a ocupação de espaços é a forma mais eficiente de marcar.

Ontem, Autuori reafirmou seu desprezo às faltas. Fez, porém, uma leve variação em seu discurso sobre pegada, uma característica histórica do futebol gaúcho. Admitiu que um dos problemas da equipe na derrota para o Barueri, domingo, pode ter sido a falta de imposição, uma consequência da intensidade demonstrada contra o Palmeiras. Mas sustentou que a falta de um futebol mais qualificado foi o principal fator da sétima derrota fora do Olímpico no Brasileirão.

– Não mudo uma vírgula do que falei. Disse que sou contra parar as jogadas a qualquer preço, abusando das faltas. Mas nunca vi uma equipe ser campeã só com qualidade técnica, sem poder de marcação. Jogar e marcar é a síntese do futebol. É preciso juntar as duas coisas. No Grêmio, Adilson sintetiza isso. Joga, faz jogar, não comete faltas. Fui parabenizá-lo por isso – afirmou.

Candidato a vice-presidente do Uruguai pelo Partido Colorado nas eleições de outubro, Hugo de León, 51 aos, lembra, com orgulho, que não precisava cometer faltas para tirar a bola dos adversários. O que não o levava a desprezar o corpo a corpo como uma eficiente forma de marcação.

Radical, mesmo, é o carioca Paulo César Caju. Apesar de manter boas lembranças de suas duas passagens pelo Grêmio, em 1979 e 1983, diz não suportar futebol de pegada.

– Não gosto desse jeito alemão de jogar futebol – resume.

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