| 11/08/2009 04h31min
Valdir Friolin
O 3 a 0 do Inter sobre o Sport, ontem à noite, apresentou uma alternativa que pode ser interessantíssima para o técnico Tite ao longo do Brasileirão. Nem vou entrar nos detalhes da vitória, de tão óbvios que são: terceiro bom resultado seguido (Barueri, Copa Suruga e ontem), G-4 mesmo com dois jogos a menos, a "pegada" mantida após a bronca do vice de futebol Fernando Carvalho, a defesa que não levou gols pela primeira vez em muito tempo, o golaço de Sandro, a afirmação de Giuliano no losango de meio-campo pela direita, o time espantando a má fase e se reajustando após a saída de Nilmar. Tudo isso restou óbvio.
Mas e a melhora notória de Bolívar ao passar para a zaga, quando Tite colocou Danilo Silva no lugar
de Índio, depois que este quebrou o nariz?
Quando
voltou para a área, Bolívar não errou um lance sequer.Tirou todas por baixo, por cima e ainda saiu jogando quando foi o caso. Nas cabines estava Fabiano Eller, seu companheiro na conquista da Libertadores em 2006. Que, ninguém duvida, não veio para ser reserva. Não se traz um campeão mundial em plena atividade como ele para compor grupo. Levando-se em conta que o uruguaio Sorondo também é unanimidade e peça fundamental nesta retomada do Inter após a crise, pensei:
Por que não os três? Sorondo, de líbero, com sua experiência e visão de jogo. Bolívar, pela direita. Fabiano Eller, pela esquerda. Isso mesmo: um 3-5-2.
Neste caso, não seria um sistema retrancado. Tanto Bolívar quanto Eller são perfeitos para este esquema. Tem saída de jogo qualificada e gostam de ir à frente. Não são zagueiros rebatedores. Não ficariam lá atrás o tempo todo. Lembro que
Elller, inclusive, tinha ordem de Abel Braga para ser volante com a bola
dominada, deixando para Edinho ocupar o seu lugar neste caso. No primeiro jogo da final da Libertadores, no Morumbi, várias vezes era Eller quem avançava pela esquerda, confundindo a marcação adversária no meio-campo.
É verdade que o jogo contra o Sport, último colocado, não é parâmetro.
Danilo Silva deu mostras, com suas arrancadas pela direita, que pode ser ala, se for bem orientado. Do lado esquerdo, Kleber se acomodaria até melhor com mais liberdade para atacar. O meio-campo? Além dos dois alas (no 3-5-2 bem utilizado os alas se somam aos homens de meio-campo), Sandro, Guiñazu e Andrezinho ou D'Alessandro. Na frente, Edu, Alecsandro e Taison disputam duas vagas.
Seria uma formação equilibrada: nem muito retrancada, nem muito faceira.
O jogo de ontem deve ter colocado esta pulga atrás da orelha de Tite. Posso apostar que o 3-5-2 vai terminar sendo utilizado por
Tite em algum momento. Senão como esquema titular, ao menos como boa
alternativa para mudar a cara de uma partida.
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